Welington Andrade

CENA CONTEMPORÂNEA

É bacharel em Artes Cênicas pela Uni-Rio e em Letras pela Universidade de São Paulo, onde também desenvolveu suas pesquisas de mestrado e de doutorado. É professor do curso de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero desde 1997 e crítico literário da Revista CULT.

De que são feitos os vínculos comuns? Welington Andrade

“O que só sabemos juntos”, em cartaz no Tuca até o próximo domingo dia 18 de agosto, é um exercício cênico que bordeja o além e o aquém do teatro, não se satisfazendo em simplesmente mediar tais opostos e assumir a posição de fiel da balança

Da arte de fulgir iluminuras Welington Andrade

A chave do teatro, para as quatro intérpretes de Das paredes, também abre as portas da música, da performance e da poesia, e não franqueia o acesso a nenhum resultado da razão. Todas em cena sabem, como Paulinho da Viola, que “ninguém pode explicar a vida num samba curto”

Os animais e seu puro ofício de viver Welington Andrade

“E se fôssemos baleias?” constitui um ótimo exercício disposto a investigar outras animalidades que não aquelas dos chamados animais racionais. Que nos ajudam a reconfigurar os limites do humano. Ponto para Vitor Nóvoa e sua poética incursão pelo universo de uma autêntica “zoodramaturgia”.

A ilusão melancólica Welington Andrade

A Armazém Companhia de Teatro resolveu tocar o dedo na putrefação de um cadáver ilustre, fazendo do teatro do Sesc Santo Amaro uma espécie de cova aberta, a partir da qual é possível olhar verticalmente o tempo

Visão crepuscular da beleza Welington Andrade

Eis a grande qualidade do espetáculo: envolver o espectador pelas vias da percepção, da imaginação, da intuição, do estágio pré-conceitual, quando a lógica ainda não é capaz de tiranizar a inteligência

“Somos daqueles que se recusam a esquecer” Welington Andrade

“Bom dia, eternidade” tem a nobre missão de expressar os incontidos corpos da teatralidade e da musicalidade negras no Brasil. Disposto a contar novas estórias sem se esquecer das coisas que passaram.

Recordações dos corpos dos mortos Welington Andrade

Tomando por base a biografia “Revolucionário e gay: A vida extraordinária de Herbert Daniel”, Zé Henrique de Paula concebeu um espécime dramatúrgico que, além de franquear ao espectador os fatos objetivos mais relevantes da vida do personagem, convida a plateia a adentrar o terreno da subjetividade do protagonista

Ferrugem e corrosão Welington Andrade

Trazer à cena o conteúdo corrosivo de Lima Barreto soa como um projeto político dos mais consequentes. Ferrugem e corrosão podem botar abaixo as mais férreas estruturas.

A derme do teatro Welington Andrade

No espetáculo, a pele dos corpos dos intérpretes é a pura presentificação da beleza, da destreza, da resiliência e da dor

Escuta, Zé-Todo-Mundo Welington Andrade

Zé, você foi o artista de teatro que eu mais amei na vida. E de que outras coisas essenciais fala a arte da cena senão da amorosidade que há em tudo?

A dimensão perdida Welington Andrade

Emulando a filosofia de Jean-Paul Sartre, “Gagarin way” trata do enfado diante do mundo como uma experiência fundadora, ao revelar ao homem o ser como gratuidade ou pura indiferença

Dos filhos desse Sítio Welington Andrade

Agropeça abre uma fresta na rememoração afetiva da infância que é o Sítio do Picapau Amarelo e a escancara, convertendo-a em uma janela sinistra, através da qual se revolve o solo do sítio a fim de não propriamente escavar o húmus, e, sim, remexer no esterco.

Origem, imemorialidade, ausência Welington Andrade

Será possível que a imagem de horror dos povos originários massacrados no mundo de ontem e no mundo de hoje suscite a imaginação de um outro mundo no futuro?

“O jardim – quase um oceano” Welington Andrade

“Um jardim para educar as bestas” precipita-se do ambiente da palavra literária para a cena – ritualisticamente instaurada, mas, pela via da ambivalência, sem fazer muita cerimônia

Infância como “sinônimo da míngua” Welington Andrade

“Infância”, espetáculo baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos, constitui uma experiência em que lirismo e lucidez se enlaçam a fim de não somente falar das agruras de uma criança de outrora, como também de estender tal experiência subjetiva ao âmbito da vida coletiva

Consciência de si, consciência de ti Welington Andrade

“Eu de você”, o espetáculo que Denise Fraga apresenta pela 2ª vez em São Paulo, é uma experiência cênica que tem a grande capacidade de expressar, ora pelas tintas da comoção, ora pelas da hilaridade, o heroico no cotidiano

Das formas vivas e suas lógicas próprias Welington Andrade

“Gesto” quer exprimir as coisas, mas se recusa a falar sobre elas. Quer expressar o insólito da fábula para confrontar o sólito da vida, transformando subliminarmente a oposição em equivalência

Etnografia do corpo despossuído: hileia em andrajos, de pés descalços Welington Andrade

É como se, diante do silêncio da História e do colapso da Memória, cada corpo apresentado em cena denunciasse por si só, sinestesicamente, a violência do projeto colonialista

Cunhar a arte pela qual vivemos Welington Andrade

Impossível não se irmanar ao espírito gregário da aventura, que enceta o desejo de uma sociedade brasileira mais justa, mais feliz, mais humana, em que até os corações de tijolo sangrem

Quando as mulheres-búfalos adentram a floresta dos símbolos Welington Andrade

Cárcere ou Porque as mulheres viram búfalos promove uma compreensão da experiência de abandono, por parte dos poderes instituídos, da maioria da população brasileira

Allegorie der Assimilation Welington Andrade

Oder: Kommunikation zu einem Theaterpublikum

Prontidão política e vigília poética permanentes Welington Andrade

Companhia de Teatro Heliópolis revê sua trajetória em comemoração às duas décadas de existência

Brasil para todos, Exu no través de tudo Welington Andrade

Em “Fausto”, Zé Celso mostra que encenar é um processo químico. O encenador deve ser um alquimista, que leva o teatro a explodir, efêmero que é, em pleno ar

A ópera a serviço dos estados íntimos e fugidios Welington Andrade

A expressão do lirismo moderno de Tchékhov, entre o cantar e o dizer

“Eternos a nomeiam moly” Welington Andrade

Um solilóquio que serve de antídoto contra a vacuidade da vida contemporânea

“O que ele faz, o Sr. Godot?” Welington Andrade

Sobre nossa indiferença às coisas que aí estão: ao encenar um Godot que não renova a promessa de sua vinda, a versão de Zé Celso clama pela nossa emancipação

Encontro com um poeta Welington Andrade

Encenação de “Morte e Vida Severina” dá voz à experimentação formal do texto

Seres que se abismam Welington Andrade

Tingidas de um realismo poético ímpar, as figuras de O’Neill não esgotaram o que têm a nos dizer

Em boa companhia crítica Welington Andrade

Desde o seu surgimento, na década de 1940, a obra de Clarice Lispector vem sendo responsável por momentos de excelência nos estudos literários brasileiros

Das possibilidades expressivas de uma dramaturgia logocêntrica Welington Andrade

Coletânea de peças de Otávio Frias Filho chama a atenção para o estatuto da razão no teatro contemporâneo

Privado: Manifesto ao espectador contemporâneo Welington Andrade

A experiência do teatro pode conduzir o homem a uma viagem de exploração de outras regiões de si próprio, comumente soterradas sob o peso do excesso de convicções

Com Eros e à esquerda Welington Andrade

Recriação de texto de Platão pelo Oficina investe na alegria e no amor como afetos políticos

Os eternos companheiros de Dioniso Welington Andrade

Os Satyros comemoram vinte e cinco anos de interação lúdica e lúcida com a cidade

Um palco impregnado de história Welington Andrade

Teatro Aliança Francesa vem, há cinquenta anos, testemunhando a vitalidade da cena teatral brasileira

Dramaturgia e sociedade Welington Andrade

O teatro de Ariano Suassuna convida a memória, a imaginação e a reflexão crítica a assumirem lugares privilegiados no palco

A elegia que nos cabe nestes eróticos trópicos Welington Andrade

Mistérios gozósos, o mais recente encontro de Zé Celso Martinez Corrêa com Oswald de Andrade, promete frutificar novamente uma forma teatral pulsante

Todos os nomes de Lisboa Welington Andrade

A capital de Portugal vive um especial momento em relação à cultura que ali se produz desde a noite dos tempos

Salvos da guerra e do mar Welington Andrade

Em Cais ou Da Indiferença das embarcações, a Velha Companhia investiga a teatralidade do rústico

Desordem e despejo Welington Andrade

Bailarina do século XIX é resgatada com vida dos escombros do teatro paulistano

O que ainda mantém o homem vivo? Welington Andrade

“O dia em que Sam morreu” empenha o vigor que a palavra pode exalar no teatro para tratar da obsolescência do homem

Entre máscaras e papeis Welington Andrade

“Pessoas perfeitas” confere estatuto dramático aos “sujeitos sujeitados” que habitam as grandes cidades

O palco como abismo da incongruência Welington Andrade

Em “Terra de ninguém”, a consciência humana está fadada a refugiar-se no caráter inefável da linguagem

Medeia, a memoriosa Welington Andrade

O mais recente espetáculo do grupo Folias trata de um mito arcaico e do futuro que foi enterrado com ele

O empreendedor cordial Welington Andrade

Cinquenta anos depois de escrita, Os Azeredo mais os Benevides, de Oduvaldo Vianna Filho, ainda tem o que dizer ao Brasil do século XXI

As atribulações do moderno “pater familias” Welington Andrade

É preciso vislumbrar e usufruir as nuances do monólogo Pós-Man para além de seu caráter de recatado recital

Metafísica das quinquilharias Welington Andrade

Sala de estar, do grupo Sobrevento, faz uso da técnica do teatro de objetos para dar novos significados às coisas

“Alguma coisa segue seu curso” Welington Andrade

Experiência cênica baseada em Beckett renuncia à palavra para que seja possível ouvir o silêncio dos clowns

Narração e teatralidade em Guimarães Rosa Welington Andrade

Adaptação de “A hora e vez de Augusto Matraga” extrai da prosa rosiana uma fascinante espessura de signos teatrais

Quem tem medo da forma dramática? Welington Andrade

Obra-prima de Edward Albee ganha montagem à altura de sua força expressiva

O inferno é aqui Welington Andrade

“Por acaso, Navalha”, da Cia Caxote, empunha a lâmina ainda bastante afiada de Plínio Marcos

Llanto por Mariana Pineda y otros muertos ilustres Welington Andrade

Cantata para um bastidor de utopias, da Cia. do Tijolo, investe na alegria mediterrânea de um lá-então para eludir a violência à qual é preciso também resistir no aqui-agora

Winnie’s adventures in Underland Welington Andrade

Em Oh os belos dias, o diretor Rubens Rusche e a atriz Sandra Dani se lançam em direção ao cerne das palavras beckettianas

Dionisíaca paulistana Welington Andrade

A cidade de São Paulo recebe um festival de teatro que quer ir ao encontro do espectador e convidá-lo a uma parceria

Insubmissas e perplexas Welington Andrade

Peça de Oswaldo Mendes trata do universo masculino da ciência e do princípio noturno-feminino que rege o pensamento originário

Memento Mori Welington Andrade

Tríptico Samuel Beckett é um pequeno retábulo lírico-dramático que narra a infelicidade de se estar vivo

Teatro, cerimônia e ritual Welington Andrade

Uma dramaturgia em que “nada é dito e tudo insinuado” merece ser conhecida em SP

César atravessou a história Welington Andrade

Adaptação de Júlio César, de Shakespeare, por Roberto Alvim revela a tragicidade do mundo da política

Viagem ao redor do engenho teatral Welington Andrade

Inédita nos palcos, chega às livrarias uma inquieta forma teatral concebida por um grande mestre

Cena Contemporânea Welington Andrade

Desafio de monólogo com Jandira Martini é levar o espectador para além da indignação reacionária com o “estado de coisas que está aí”

Arte na rua Welington Andrade

Mostra SESC de Teatro de Rua começa nesta sexta e leva 22 espetáculos para 18 cidades de São Paulo

Gosto pela experimentação Welington Andrade

Em entrevista, o crítico teatral Kil Abreu fala sobre o teor experimental presente na cena teatral contemporânea

Cena Contemporânea Welington Andrade

Welington Andrade estreia coluna quinzenal. Leia o primeiro texto sobre “Carta ao pai”, peça de Denise Stoklos

Lâmina que ainda reluz Welington Andrade

Famoso trio de párias da dramaturgia brasileira volta aos palcos paulistanos em montagem do Oficina

O mistério teatral da feminidade Welington Andrade

Ron Daniels dirige Denise Weinberg em espetáculo que trata da transfiguração de uma Deusa-Mãe

Do poder da autenticidade no teatro Welington Andrade

Ou De quando “se está ali verdadeiramente”

Em busca de um teatro degenerado Welington Andrade

Ou glosa erótica disposta a roçar a língua de uma cena impudica

O epitáfio de um mundo desaparecido Welington Andrade

“Memórias de Adriano” empreende o belo esforço de sonhar um sonho impossível com os olhos abertos

Um canto maior que todo o medo Welington Andrade

Espetáculo intimista do Núcleo Toada propõe-se a retratar o tipo de mentalidade que aceita submeter-se à opressão

A persistência do teatro narrativo Welington Andrade

A encenação de “Dadesordemquenãoandasó”, de Davey Anderson, comprova que o velho teatro narrativo ainda pode exercer um bom poder de atração sobre os espectadores.

O rosário da crítica para a meditação dos mistérios Welington Andrade

Na adaptação de “O santeiro do Mangue”, de Oswald de Andrade, Zé Celso e os argonautas do Oficina navegam da lama ao cosmo

A raposa e as máscaras Welington Andrade

“Volpone”, espetáculo em cartaz no MuBE, constitui rara oportunidade para a fruição da comicidade prosaica de Ben Jonson

Teatro, narratividade e política Welington Andrade

A arte da comédia, de Eduardo de Filippo, chama a atenção para a prazerosa “máquina de narrar” que pode ser o teatro

A hora e vez da dramaturgia feminina no Brasil Welington Andrade

Há quase cinco décadas o país viu florescer um teatro da mulher cujas influências na cultura brasileira perduram até hoje

Dionisíaca Paulistana Welington Andrade

De 4 a 13 de março próximo, a cidade de São Paulo recebe os dez espetáculos da terceira edição da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo

Onde está, ó morte, a tua vitória? Welington Andrade

A morte de Ivan Ilitch coloca o espectador diante da morte e do discurso sobre essa experiência-limite

Língua claudicante Welington Andrade

Descaso da sociedade brasileira, dificuldades estruturais da educação formal e hipertrofia da comunicação fática têm levado as novas gerações ao exercício diário da precariedade linguística e intelectual

Sob o signo de Strindberg Welington Andrade

“A noite das tríbades”, de Per Olov Enquist, invoca a vida e a obra do dramaturgo sueco que se autodenominava um indivíduo “selvagem”

Mito e tragédia nas quebradas do mundaréu Welington Andrade

Núcleo Bartolomeu de Depoimentos vai à Tebas de Sófocles para discutir o mundo das leis não escritas da consciência

“Distanciar é ver em termos históricos” Welington Andrade

Em “O patrão cordial”, Companhia do Latão promove encontro do teatro de Bertolt Brecht com o ensaísmo de Sérgio Buarque de Holanda

Uma dramaturgia lírica e apaixonada Welington Andrade

A obra teatral de Lorca foi analisada por grandes críticos

O riso engenhoso do “seicento” e o espírito cômico de hoje Welington Andrade

Cia. D’Alma se aproxima de Molière para experimentar as formas do riso

A quintessência de Ibsen aqui e agora Welington Andrade

Dirigido por Roberto Alvim, “Fantasmas” ainda transgride pelo ataque às convenções mortas

As Benevolentes: da literatura ao teatro Welington Andrade

Leia os textos de Flávio Ricardo Vassoler, sobre o romance de Jonathan Littell, e de Welington Andrade, sobre a adaptação da obra para o teatro.

Cena Contemporânea Welington Andrade

Mundana Companhia segue firme na poética de reconstrução de textos da cultura russa e de sua aproximação ao universo brasileiro

Do valor da lucidez em tempos obscuros Welington Andrade

“Como conversar com um fascista”, lançamento de Marcia Tiburi: como e por que o diálogo é essencial à filosofia

O teatro e a vida social Welington Andrade

A cena contemporânea dialoga abertamente com as múltiplas camadas da experiência coletiva

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