Depois de tudo, ainda é sobre a minha mãe: “No muro da nossa casa”, de Ana Kiffer Danielle Magalhães
Dar corpo, aqui, significa inventar um corpo, falar com os pedaços, falar aos pedaços, deixar que os pedaços falem
O que nos diz a farmacopeia de Labatut? Pedro Pennycook
A obra de Labatut atualiza o “vírus borgeano” de outra maneira que não a de Bolaño: a coragem para não só descentrar sua narrativa, mas abandonar a própria estrutura psicológica do que significa ser protagonista
“Cada galáxia guardada na memória” Danilo Bueno
Em “Neste momento”, de André Dick, coloca-se em destaque a luta entre a grafia e o tempo, entre o que se escreveu e a duração nas paredes (da memória): o poeta explora os limites da escrita sem perder de vista os paradoxos temporais entre este momento e tantos outros que poderiam ter sido escritos
O incômodo objeto da língua William Zeytounlian
Desde o início de “O fluxo e a cesura”, o autor não esconde as cartas: o objeto incômodo compartilhado pela linguística e pela psicanálise é a poética. Para demonstrá-lo, ele nos conduz por um arco que retraça o lugar do fazer poético em Saussure, Jakobson e Lacan, destacando a gradativa aproximação dos autores com um tema que retorna disruptivamente sobre seus próprios saberes
O cuidado “sexual” como ato político Rafael Kalaf Cossi
Se o capitalismo perpetua a política da identidade e da diferença – política do masculino –, a política do feminino contradiz esse sistema
Estante Cult | Entre o irônico e o angustiado, a prosa de Serguêi Dovlátov é amargamente hilariante
O que importa em “A mala” de Serguêi Dovlátov é o tom. Entre o irônico e o angustiado, sempre engraçada, a auto-exposição do autor, que lembra a do nosso Oswald de Andrade em Serafim Ponte Grande, é amargamente hilariante.
Confira os livros do ano de personalidades da cultura em 2023 Redação
Atrizes, psicanalistas e intelectuais de diferentes áreas da cultura comentam seus livros preferidos de 2023.
Um intelectual essencial Fabio Mascaro Querido
A especificidade de Schwarz, nesse cenário, reside no modo como a literatura – ou a cultura de modo geral – é tomada como via de acesso ao processo social brasileiro
Um coração em forma de cinzeiro Renan Nuernberger
Não há nada de obscuro em Engenheiro fantasma: os 56 sonetos se mostram por inteiro, articulando-se em remissões internas que vão revelando as obsessões e os anseios de um sujeito exilado
Estante Cult | A última vez de alguma coisa Maria Letícia Reis
Breve história da carne, de Alessandra Affortunati, trava a batalha com o tempo de colocar os filhos na cama, com os beijos antes de dormir, com o cuidado, tão associado em nossa cultura ao destino da mulher.