Alessandra Affortunati Martins

Colunista

Psicanalista e doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela USP. Autora de "Sublimação e Unheimliche" (Pearson, 2017), "A abstração e o sensível: três ensaios sobre o Moisés de Freud" (E-galáxia, 2020) e organizadora de "Freud e o patriarcado" (Hedra, 2020).

Marx e o idioma da mercadoria Alessandra Affortunati Martins

A mercadoria mostra sua faceta mais complexa no ponto exato em que quase perde seu caráter material para adquirir elementos metafísicos. Nesse lugar aparentemente vazio de materialidade, a mercadoria ganha poderes e dimensões sobrenaturais

Cinesia alada e a asfixia de Eros Alessandra Affortunati Martins

  Seria disparatado aproximar a tradição helênica de Eros à angeologia judaico-cristã? Essa conexão, que preserva um quê de arbitrário, sustenta-se por alguns fios dispersos que se entrelaçam. Basta pensar na imagem do Cupido, popular desde a Antiguidade romana, para observar rapidamente sobreposições e distorções entre a figura grega de Eros e a iconografia mais … Continue lendo “Cinesia alada e a asfixia de Eros”

A força do rascunho contra a alta política Alessandra Affortunati Martins

Não deveria a política feminina navegar na superfície das palavras, dos atos, das decisões públicas, dos modelos de vida que circulam nas sociedades?

Guerras e outros léxicos Alessandra Affortunati Martins

Nós, mulheres feministas e outras populações que entendem os impasses do mundo a partir de óticas afins, nos vemos, mais uma vez, coagidas a nos dobrar e discutir dentro de um jogo cujas peças não fazem parte do vocabulário que queremos fazer valer

“Nomos da Terra” e lampejos para uma reconfiguração global Alessandra Affortunati Martins

Tomar o fascismo como sintoma significa não o observar por um viés moral: não é cabível encaixá-lo em prismas dicotômicos nos quais fascistas representam o mal e nós, antifascistas, o bem

Letras de sangue nos romances contemporâneos Alessandra Affortunati Martins

Chegou o momento em que a palavra não pode mais resistir à força da carne, esteja ela na exuberância vívida da sexualidade, esteja ela na violência atroz da morte que nos circunda

“Tár”, onde nada mais converge Alessandra Affortunati Martins

Estamos no limiar antitético entre a visão de uma arte transcendente, criada pela figura do Gênio (além do homem), e outra criada pelo inumano, cujas marcas são a da profanação (aquém do homem)

Vibrações contra imbrocháveis Alessandra Affortunati Martins

O primeiro imbrochável deverá cair em breve, mas desnutrir todos eles será a tarefa a nos ocupar daqui para frente

Fascismo: passado no presente Alessandra Affortunati Martins

A psicanalista Alessandra Affortunati Martins analisa que há uma cultura fascista presente no cotidiano brasileiro e que para dissipa-la não será necessário apenas tirar Bolsonaro do poder.

Quando “A mulher submersa” emite sua voz Alessandra Affortunati Martins

Um poema-resenha de Alessandra Martins sobre “A mulher submersa”, de Mar Becker, e outros lançamentos literários

Às mulheres que atravessaram minha vida Alessandra Affortunati Martins

Se escrevo estas linhas, é porque disponho de exemplos que me encorajam. Mulheres fortes, que pensam e escrevem, rasgam espaços com as palavras que pronunciam

Sublimar é um ato de criação? Alessandra Affortunati Martins

Caberia engendrar um conceito psicanalítico avesso aos processos sublimatórios, um conceito que descodificasse o modelo esvaziado e abstrato fálico-anal

Ilusão de ser «única» e outros desejos de mulheres Alessandra Affortunati Martins

Assim como Karen Horney, muitas outras psicanalistas, tais como Virgínia Bicudo, Neusa Santos Souza, Sabrina Spielrein, Melanie Klein, Anna Freud têm sido resgatadas sob novas luzes

Caminho como perda Alessandra Affortunati Martins

Sobre “A potência das fendas” de Vladimir Safatle e Flo Menezes

Os difusos lugares da culpa Alessandra Affortunati Martins

o sujeito psicológico culpado é uma construção da lógica de jurisdição que não faz sentido a não ser no interior de uma herança cristã

Freud, um expressionista Alessandra Affortunati Martins

Pode-se dizer que o expressionismo alemão revela os primórdios do período de declínio da modernidade que hoje chega a seu ápice

O gozo e o mal: além do princípio de nomear Alessandra Affortunati Martins

Em nome do amor ao próximo muitas formas de maldade se tornaram justificáveis

Boletos, prestígio e a exploração do trabalho artístico no sistema neoliberal Alessandra Affortunati Martins

Não seria tempo de renunciar ao elã em torno do prestígio para reivindicar coletivamente melhores condições laborais?

Freud entre duas mulheres: implosão do Édipo e conflito de classes Alessandra Affortunati Martins

“Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial”, de Anne McClintock, estremece o complexo de Édipo freudiano de maneira perturbadora

Queda da aura: palavras, imagens e mídias sociais Alessandra Affortunati Martins

Nas redes, usuários são operários escravizados disparando balas – e a engrenagem roda velozmente, impulsionada pelo submundo de nossos desejos e angústias

O ‘pretuguês’ na psicanálise: reflexões de Lélia Gonzalez Alessandra Affortunati Martins

A autora e militante dança com a língua, mostra seus molejos, sua riqueza, distante da polidez empolada à qual tentamos nos adequar

Vagina pulsante e penetração intelectual: sobre a filosofia de Paul B. Preciado Alessandra Affortunati Martins

Parece haver algo de novo na escrita do filósofo Paul B. Preciado: a experiência de ler seus textos filosóficos excita. Suas palavras incendeiam o corpo

A órbita dos homens-planeta Alessandra Affortunati Martins

Com as lições 19 e 20 de ‘O Seminário, livro 2’, de Lacan, temos condições de desenhar com maior precisão a organização psíquica de sujeitos nazifascistas

Olhares remotos: os 80 anos da morte de Walter Benjamin Alessandra Affortunati Martins

Em Benjamin, a estética descontínua dos textos tem fisionomia próxima a das constelações: cada brilho isolado de um ponto luminoso reflete-se em outro

Como dói o dedo na ferida! Alessandra Affortunati Martins

Qual o papel da branquitude de classe média e alta nas lutas de identidade das minorias sociais? A piedade não tem lugar nesta batalha.

Mulheres e poder: o nome próprio e os índices da liberdade Alessandra Affortunati Martins

Um dos indícios do poder patriarcal está em simbolizar os movimentos da existência por regras de fixação temporal e reservas de propriedades

Duplo: face profana do gênio romântico Alessandra Affortunati Martins

Como o conceito freudiano de duplo pode substituir a noção de genialidade ao elucidar processos psíquicos implicados na produção de obras artísticas e intelectuais

“Apesar de”: o valor do trabalho de intelectuais e artistas na era do coronavírus Alessandra Affortunati Martins

A sobrevivência de artistas e intelectuais, hoje, implica em converter a aura do gênio em mercadoria

Fernanda Gomes: por uma geometria da fragilidade Alessandra Affortunati Martins

A retrospectiva de sua obra na Pinacoteca expõe a potência vigorosa de singelos objetos e de seus efeitos compositivos com o espaço

Os demônios da liberdade Alessandra Affortunati Martins

Quase sempre evocados pelos aspectos demoníacos, as formas artísticas de Sertão expõem a faceta farsesca e hipócrita da moral e dos bons costumes

Conhecer pode ser destruir Alessandra Affortunati Martins

Explorar inesperados e inusitados cantos de afetos, reflexões e raciocínios é o convite que o conjunto da exposição de Cildo Meireles faz a todos nós

Breve homenagem a Wagner Schwartz II Alessandra Affortunati Martins

Atacado por performance nu, Wagner Schwartz retorna com ‘A boba’ na MITsp, e expande a linguagem do corpo em torno do vazio

Tensas relações entre arte e política: as vanguardas e o modelo etnográfico Alessandra Affortunati Martins

O viés etnográfico na arte pode ser uma reiterada colonização traumática do Outro; apresentá-lo como objeto exótico pode ser não só regressivo, mas violento

Fascismo ontem e hoje: o Moisés de Freud e Werner Jaeger Alessandra Affortunati Martins

Freud e Werner Jaeger: dois nomes de peso, com olhos voltados para a Antiguidade na mais tenebrosa hora. O que eles viam?

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