Zona de interesse ou do terror Waldomiro J. Silva Filho
“Zona de Interesse” é um filme de terror. O mais brutal entre todos os filmes de terror. No passado, os filmes de terror eram assim, não víamos o monstro, não éramos tomados pelo banho de sangue.
Pardo: lugar e não-lugar Antonio Neves Neto
Diante da instabilidade de experiências de reconhecimento, a necessidade do reconhecimento de pardos como negros não pode nos ensurdecer para a especificidade com que o pardo vive seu lugar na questão racial brasileira
Marx e o idioma da mercadoria Alessandra Affortunati Martins
A mercadoria mostra sua faceta mais complexa no ponto exato em que quase perde seu caráter material para adquirir elementos metafísicos. Nesse lugar aparentemente vazio de materialidade, a mercadoria ganha poderes e dimensões sobrenaturais
Lutar anda impossível? Notas inconjunturais para o futuro Helena Vieira
Com nossas palavras de ordem gastas. Com nossas performances paradoxalmente cristalizadas em muitas tradições, seguimos paradoxalmente empoderados e entregues a um futuro incerto
A cruzada psíquica das crianças em “Eu, capitão” e “Zona de interesse” Marília Velano
Se as infâncias são muitas, as formas de perdê-la antes do tempo ─ núcleo das experiências traumáticas ─ variam com a mesma diversidade
“Somos daqueles que se recusam a esquecer” Welington Andrade
“Bom dia, eternidade” tem a nobre missão de expressar os incontidos corpos da teatralidade e da musicalidade negras no Brasil. Disposto a contar novas estórias sem se esquecer das coisas que passaram.
Carta aos que não sepultei Berenice Bento
Me impressiona a força de pessoas judias que romperam com a pedagogia da morte e decidiram pela justiça social, para seguir com a boa tradição judaica
Recordações dos corpos dos mortos Welington Andrade
Tomando por base a biografia “Revolucionário e gay: A vida extraordinária de Herbert Daniel”, Zé Henrique de Paula concebeu um espécime dramatúrgico que, além de franquear ao espectador os fatos objetivos mais relevantes da vida do personagem, convida a plateia a adentrar o terreno da subjetividade do protagonista
O que nos diz a farmacopeia de Labatut? Pedro Pennycook
A obra de Labatut atualiza o “vírus borgeano” de outra maneira que não a de Bolaño: a coragem para não só descentrar sua narrativa, mas abandonar a própria estrutura psicológica do que significa ser protagonista
arquivo Cult | A cosmopista do risco Saúl Sosnowski
Talvez mais do que com qualquer outro intelectual latino-americano de nossos dias, em Cortázar se entrelaçam carinho, convicção e ternura, admiração por sua retidão ética, pelo compromisso e pela solidariedade – palavras que se tingiram de nostalgia e cinismo no desmembramento das comunidades.