Dossiê | Marx e as crises do capitalismo

Dossiê | Marx e as crises do capitalismo
Karl Marx (Foto Henry Guttmann / Arte Andreia Freire)

 

Em 1867, Karl Marx (1818-1883), próximo de completar 50 anos, publicava o primeiro livro de O capital – uma das obras mais importantes já escritas na história do pensamento político ocidental. À época, sua produção intelectual compreendia trabalhos de Economia Política, Historiografia, Teoria Social e Filosofia, e dentre seus livros lançados encontravam-se Miséria da Filosofia, Manifesto do Partido Comunista, A luta de classes na França, O dezoito de brumário de Luís Bonaparte e Para a crítica da economia política. Segundo Jacob Gorender, O capital constitui “uma obra de unificação interdisciplinar das ciências humanas, com vista ao estudo multilateral de determinada formação social”, reunindo vários saberes da Economia Política, Sociologia, Historiografia, Demografia, Geografia Econômica e Antropologia.

Os debates e as influências que o pensamento de Marx vem suscitando desde o século 19 ganharam corpo não somente na fundação de Estados e de regimes políticos como também na criação de movimentos sociais e culturais dos mais relevantes. Daí, no ano em que o primeiro volume de O capital completa 150 anos, a CULT publicar o dossiê a seguir, cujo objetivo é convidar o pensamento do autor a ajudar a compreender a profunda crise que vimos atravessando, tanto em escala nacional como em âmbito global.

O dossiê inicia-se com um artigo de Ricardo Musse sobre o primeiro livro de O capital, cuja precisão formal garante-lhe o direito de ser considerado “um dos textos mais bem concebidos da História”, segundo o autor. Eleutério Prado apresenta as distinções entre as teorias da crise presentes nas obras de Marx e Keynes – obras essas ainda centrais para a compreensão do capitalismo. Paulo Nakatani trata dos economistas ultraliberais, defensores do Estado mínimo, cujas teorias ineficazes não conseguem evitar as crises do capitalismo. Gustavo Moura lembra que o desenvolvimento do mercado moderno depende do Estado, que é a forma política do capital. Guilherme Santos Mello e Pedro Rossi descrevem os movimentos que envolvem a forma dinheiro em suas múltiplas funções. Fernando Rugitsky compara a atual crise econômica com a de 1929, lembrando que o velho espectro que assombrou o mundo naquela ocasião pode retornar. Por fim, Luís Costa apresenta o resgate da obra de Marx por Louis Althusser, talvez o mais agudo leitor de O capital na segunda metade do século 20.

Como nos afirma o professor Ricardo Musse, “tanto no livro primeiro, como no segundo ou no terceiro de O capital, nos deparamos com conceitos que tendem a nos convencer de que, para Marx, potencialmente, a principal fonte das reiteradas crises deriva do próprio funcionamento do capitalismo”. Passemos ao exame, então, de alguns aspectos das formações sociais capitalistas e de seu desenvolvimento histórico.


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