Lutar anda impossível? Notas inconjunturais para o futuro Helena Vieira

Com nossas palavras de ordem gastas. Com nossas performances paradoxalmente cristalizadas em muitas tradições, seguimos paradoxalmente empoderados e entregues a um futuro incerto

A cruzada psíquica das crianças em “Eu, capitão” e “Zona de interesse” Marília Velano

Se as infâncias são muitas, as formas de perdê-la antes do tempo ─ núcleo das experiências traumáticas ─ variam com a mesma diversidade

“Somos daqueles que se recusam a esquecer” Welington Andrade

“Bom dia, eternidade” tem a nobre missão de expressar os incontidos corpos da teatralidade e da musicalidade negras no Brasil. Disposto a contar novas estórias sem se esquecer das coisas que passaram.

Carta aos que não sepultei Berenice Bento

Me impressiona a força de pessoas judias que romperam com a pedagogia da morte e decidiram pela justiça social, para seguir com a boa tradição judaica

Recordações dos corpos dos mortos Welington Andrade

Tomando por base a biografia “Revolucionário e gay: A vida extraordinária de Herbert Daniel”, Zé Henrique de Paula concebeu um espécime dramatúrgico que, além de franquear ao espectador os fatos objetivos mais relevantes da vida do personagem, convida a plateia a adentrar o terreno da subjetividade do protagonista

O que nos diz a farmacopeia de Labatut? Pedro Pennycook

A obra de Labatut atualiza o “vírus borgeano” de outra maneira que não a de Bolaño: a coragem para não só descentrar sua narrativa, mas abandonar a própria estrutura psicológica do que significa ser protagonista

arquivo Cult | A cosmopista do risco Saúl Sosnowski

Talvez mais do que com qualquer outro intelectual latino-americano de nossos dias, em Cortázar se entrelaçam carinho, convicção e ternura, admiração por sua retidão ética, pelo compromisso e pela solidariedade – palavras que se tingiram de nostalgia e cinismo no desmembramento das comunidades.

“Cada galáxia guardada na memória” Danilo Bueno

Em “Neste momento”, de André Dick, coloca-se em destaque a luta entre a grafia e o tempo, entre o que se escreveu e a duração nas paredes (da memória): o poeta explora os limites da escrita sem perder de vista os paradoxos temporais entre este momento e tantos outros que poderiam ter sido escritos

arquivo Cult | O poliedro Cortázar Reynaldo Damazio

Aceita como fantástica pelo próprio autor – “por falta de melhor nome” – a obra de Julio Cortázar (1914-1984) desafia leitores e críticos como um jogo de cubo mágico, oferecendo uma variedade combinatória infinita de figuras e cores.

O incômodo objeto da língua William Zeytounlian

Desde o início de “O fluxo e a cesura”, o autor não esconde as cartas: o objeto incômodo compartilhado pela linguística e pela psicanálise é a poética. Para demonstrá-lo, ele nos conduz por um arco que retraça o lugar do fazer poético em Saussure, Jakobson e Lacan, destacando a gradativa aproximação dos autores com um tema que retorna disruptivamente sobre seus próprios saberes

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