Seminário da CULT com o Sesc discute novos negócios no jornalismo
O jornalista e um dos fundadores do Nexo, Conrado Corsalette (Foto: Divulgação)
“Como ser sustentável financeiramente fazendo conteúdo para um mundo que se desacostumou a pagar por ele?”. A pergunta da editora da Bravo!, Helena Bagnoli, sintetiza o tema da mesa “Modelos de gestão frente à crise: Desafios diante de um mercado instável e em transformação”. O debate faz parte da programação do seminário Jornalismo: As Novas Configurações do Quarto Poder, realizado pela CULT e pelo Sesc e que acontece entre 15 e 17 de agosto, no Sesc Vila Mariana.
Bagnoli, que licenciou a marca da extinta revista Bravo! da Editora Abril e reativou, no digital, uma das mais importantes publicações culturais brasileiras, tende a responder com otimismo à própria questão: “Com a reviravolta no mundo da mídia a partir dos anos 1990, ganhou-se liberdade: a cada dia surgem novos jeitos de produzir conteúdo e de criar novos modelos de negócios”, diz.
Para a publisher, o novo cenário permite que “o jornalismo se reinvente e aumente as suas possibilidades”. Por outro lado, ela pondera que as redes digitais trouxeram desafios como a conciliação da excelência editorial com a fragmentação e a generalidade, e a dificuldade de manter um pensamento reflexivo em um mundo voltado a opiniões consensuais.
Bagnoli é a mediadora do debate, que faz parte da programação do segundo dia do seminário. A mesa conta ainda com as presenças do editor-chefe do programa Greg News, Bruno Torturra; do diretor editorial da Editora Globo, Fernando Luna; e do cofundador do Nexo, Conrado Corsalette.
Para Corsalette, que está a frente de um dos mais bem-sucedidos empreendimentos jornalísticos dos últimos anos, o jornalismo vive uma crise no seu modelo de financiamento tradicional, a publicidade, principal fonte de renda das redações nas últimas décadas. Atualmente, há uma busca por novas formas de subsídio, como assinaturas, crowdfunding e conteúdo patrocinado.
Ele também destaca os eventos ligados à marca do veículo de comunicação e cursos educacionais, além da busca de financiamento de terceiros. “Fundações ou empresas que veem um valor no projeto editorial ou nas potencialidades econômicas do veículo e decidem apoiá-lo via investimentos mais amplos, não associados à publicidade”, explica.
As novas buscas de custeio estão dentro de um cenário mais amplo, conclui o jornalista. “A redação grande, com quatro centenas de profissionais, e bastante compartimentada parece ser coisa do passado. Quem era muito grande está diminuindo. Quem está surgindo não vai – e talvez não queira – ser muito grande. A revolução digital permite novas iniciativas, a um custo de operação mais baixo, daí o surgimento de novos atores no jornalismo profissional.”
Seminário Jornalismo: As Novas Configurações do Quarto Poder
Onde: Teatro de Sesc Vila Mariana, R. Pelotas, 141 – Vila Mariana, São Paulo – SP
Quando: de 15 a 17 de agosto de 2018
Quanto: R$ 30 (comerciário), R$ 50 (meia entrada) ou R$ 100 (entrada inteira)
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