Nossas coroas, nossas cores

Nossas coroas, nossas cores
Primeira Marcha das Mulheres Negras, em Brasília, 2015 (Divulgação)

 

Nesta terça (25) comemora-se o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Pela primeira vez em 25 anos é perceptível que muitas de nós podem ostentar com orgulho suas coroas, seus cabelos, nossas cores e nossas formas, nossa força e a alegria de viver.

O que me parece é que para alguns isso é uma afronta, tendo em vista o alto índice de ataque a mulheres negras, que são bem mais xingadas nas redes sociais que os homens negros. Hoje já são maioria nas prisões femininas e o assassinato das negras continua a subir enquanto o das brancas continua a cair.

Hoje é uma dia para lembrar das mulheres que ajudaram a construir o nosso passado: Dandara, Teresa de Benguela, Nina Simone, Angela Davis, Mãe Estela, Mãe Cacho, Luíza Helena de Bairros, Carolina Maria de Jesus, Luana Barbosa, minha mãe Cida e tantas outras.

É também dia para celebrarmos as negras que ainda trilham novos caminhos para outras que estão chegando, o que não está nada fácil diante de tantos retrocessos, pois querem nos colocar de volta nas cozinhas, nos tanques, nos banheiros. Nos lugares que acreditam pertencerem a nós. Não que não seja um trabalho digno, só que não deve ser imposto, pois o nosso lugar de mulher negra é onde quisermos.

Jamais poderia deixar de citar que a cada 23 minutos uma mãe negra chora a morte de seu filho. O Estado que mata não oferece assistência psicológica, não ampara. Pelo contrário, agride mais e mais.

A nossa condição de vulnerabilidade social é imensa e mesmo assim só pedimos ajuda em último caso. Muitas passam a vida vivendo a solidão da mulher negra, lutando por uma casa e sendo explorada. Estamos longe de termos o mínimo, que é o respeito, credibilidade e oportunidades, mas vamos chegar lá.

(1) Comentário

  1. Falar da cultura Brasileira, é refletir sobre a participação das mulheres negras, elas foram a base essencial para formação do que é o nosso país atualmente, essa miscigenação, mostra que elas são um bem precioso, porém ainda persiste o preconceito. Apesar de terem construído seu espaço sociocultural, ao longo do tempo, essas mulheres são vítimas da violência, da negação por parte da sociedade que as discriminam. As pessoas tem o conhecimento sobre como elas ganharam destaque, sabem sobre a sua importância, mas ainda continuam sendo pouco valorizadas. Essas mulheres nunca deixaram de lutar por seus direitos, guerreiras, nunca desistiram por seus objetivos e ainda continuam suas conquistas.

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