Melhor parar de pensar no sorvete e acordar para a realidade

Melhor parar de pensar no sorvete e acordar para a realidade

Arte: Revista Cult

Na primeira semana do ano, temos mais ódio destilado em grande escala do que poderíamos imaginar. E de onde vem tanto ódio?

A expectativa de que alguma coisa aconteça nesse início de ano permanece, pois ainda não se sabe como viver sob as rédeas de Moe, Larry, Curly e seus “aliados”. Em oito meses de governo, sete ministros desceram em queda livre, mais rápido do se que estivessem em um tobogã.

Eles não se cansam das trapalhadas; escolhem a dedos os novos artistas para os expor ao ridículo, pois o “meio coxinha” que gosta de puxar os cabelos e dar tapas na cara das mulheres, porque não aceita o fim do relacionamento, falou o que pensava (“tinha que fazer uma chacina por semana”).

E caiu lindo, pois se esqueceu de que 41% dos presos ainda não foram condenados, que tem muitos presos por pensão alimentícia atrasada, que na Constituição Federal só existe “pena de morte” no Brasil em caso de guerra e que ainda temos a Comissão de Direitos Humanos, que poderá vir até a defendê-lo, mesmo sendo ele um ser que espanca mulheres, deveria continuar falando e se enrolando em nome dessa direita meritocrata machista (mulher de golpista se quiser falar, não pode, está proibida), racista, homofóbica…

Na primeira semana do ano, temos mais ódio destilado em grande escala do que poderíamos imaginar. E de onde vem tanto ódio?

Do estudante cotista ou do Pró-Uni?
Não.
Da empregada doméstica com direitos adquiridos?
Não.
Do nordestino que vai ver a família de avião?
Não.
Da jovem negra livre que tem orgulho dos seus cabelos crespos?
Não.
Do trabalhador que paga seu carro em vinte quatro vezes?
Não.
De toda esta base em quem estão colocando o pé na garganta?
Ainda não.

Esse ódio vem dessa classe média que não se encaixa nem com rico nem com pobre; desse capitalismo que obriga a consumir, consumir e consumir; da intolerância religiosa que quer o povo na vida de gado; da ganância doentia; da inveja da felicidade dos pobres; do fascismo louco e desvairado.

Pois que abram bem os olhos, pois se morreram mais de cinquenta ali, mais de trinta acolá, mais quatro mais à frente, mais dez ali adiante, mais um na estação do metrô, todos esses deixaram alguém para trás que, de um jeito ou de outro, vai cobrar. Seja com ódio, seja pedindo a indenização ou ficando doente para usar o serviço público. De um jeito ou de outro, será cobrado.

Melhor parar de pensar no sorvete e acordar para a realidade. Esse povo existe e está aqui, e a opressão não vai pará-lo “é nunca”.

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