Maquiavel, do diabo à ética

Hoje cada um de nós está na condição do príncipe de Maquiavel: mais livre do que nunca, mas também mais inseguro   Num dia de dezembro de 1513, um homem escreve a um amigo. Está no campo, banido. Foi preso e torturado. Mas não se queixa. Conta que passa o dia com os camponeses, gritando, jogando. … Continue lendo “Maquiavel, do diabo à ética”

Maquiavel e o republicanismo

Mais do que formular um novo conceito de verdade, ele nos ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias A história da recepção da obra de Maquiavel foi marcada, desde o século XVI, pela insistência de muitos intérpretes em descrever suas análises da política como exemplo acabado do cinismo e da amoralidade, convertidos em regra … Continue lendo “Maquiavel e o republicanismo”

Arqueologia do campo

Uma onda conservadora se coloca na atualidade; existem novas pressões hoje para que a psicanálise seja uma prática estritamente médica, de forma que mesmo os psicólogos que a exerçam sejam tutorados por médicos na sua prática clínica.   A introdução da psicanálise no Brasil não se confunde absolutamente com a sua institucionalização, se definirmos essa … Continue lendo “Arqueologia do campo”

O apóstolo do individualismo

Em entrevistas e palestras, Faulkner defendeu uma fidelidade ao indivíduo que está na raiz do caráter multifacetado de suas personagens e em sua recusa a fazer da literatura um instrumento político Um demônio fez William Faulkner virar escritor. Um de­mô­nio interior, que lhe inspirava a necessidade de escrever, arrebatava-o e o mantinha até o final … Continue lendo “O apóstolo do individualismo”

As ondas políticas

O bom governante deve entender que está sempre em alto-mar Shakespeare encena Maquiavel. Próspero, d’A Tempestade, executa uma coreografia política pensada a partir das lições d’O Príncipe. A representação teatral do inglês é espelho privilegiado da política do florentino. No início da peça, Próspero é o legítimo Duque de Milão, lendo em sua biblioteca e … Continue lendo “As ondas políticas”

Um morto contra a morte

Lacan é como o Cristo que fala por parábolas, para que, nesse caso, tendo ouvidos para ouvir, não ouçam aqueles que não merecem.   Jacques Lacan (1901 – 1981) – assim o imagino com admiração, mas jamais poderei estar inteiramente seguro – pretendia denunciar a repetição monótona das interpretações correntes. Do pensamento de Freud, os … Continue lendo “Um morto contra a morte”

São Paulo e o modernismo

As vanguardas de um modo geral louvaram em verso e prosa a chegada da modernidade na paisagem urbana Serafim Ponte Grande, personagem principal do polêmico romance de Oswald de Andrade, publicado em 1933 e escrito na década anterior, em toda a vida tinha amado apenas a amante Dorotéia e a cidade natal. São Paulo, ao … Continue lendo “São Paulo e o modernismo”

A via crucis do escritor gay

O autor do romance Trem fantasma, de temática homossexual, fala das dificuldades que um escritor gay enfrenta para conseguir editar suas obras, vencer a resistência dos livreiros e a má-vontade da crítica.  Carlos Hee  A pergunta que se faz, quando se analisa uma obra literária de temática homossexual, é: existe, no Brasil, uma literatura gay? … Continue lendo “A via crucis do escritor gay”

Ouvindo a canção do vento

Nos romances de Haruki Murakami, as personagens são pessoas comuns no mundo cosmopolita do Japão atual.   De pouco adiantou os pais de Haruki Murakami, ambos professores de língua e literatura japonesa, tentarem incutir no filho o gosto pelos autores tradicionais de seu país: desde cedo seu interesse se voltou aos autores ocidentais, em particular … Continue lendo “Ouvindo a canção do vento”

Dias circulares

Na São Paulo dos anos 60, a dimensão pública da poesia era afirmada em lançamentos, debates e leituras; lia-se em voz alta, uns para os outros, em teatros, casas noturnas, ruas e praças Houve “geração 60” de poetas paulistas? Em caso positivo, como se relacionava com a cidade? São Paulo estava presente em sua poesia? … Continue lendo “Dias circulares”

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