O método arqueológico
Edição do mêsJean-Luc Godard foi pioneiro na 'Nouvelle Vague' nos anos 1960 (Foto: Gary Stevens)
Nicole Brenez é historiadora, teórica, programadora e professora de cinema na Universidade Paris 3, autora ou organizadora de duas dezenas de livros. Especialista em cinema político e de vanguarda, Brenez propôs um método de estudo fílmico que identifica como análise figurativa. Estuda o cinema de Jean-Luc Godard desde a pós-graduação e foi convidada pelo cineasta a fazer pesquisas de fontes visuais e textuais para o filme Imagem e palavra (2018). A entrevista a seguir foi concedida à crítica japonesa Nanako Tsukidate, doutoranda sob orientação de Brenez. Originalmente publicados na revista japonesa Kinema Junpō em março de 2019, o material foi cedido para essa edição da Cult.
Em Imagem e palavra, você é creditada como “arqueóloga”. Como se engajou nesse filme? Foi um pedido de Godard em pessoa? E por que “arqueóloga”?
Em primeiro lugar, por intermédio de seu (maravilhoso) braço direito, Jean-Paul Battaggia, Jean-Luc Godard me pediu para que encontrasse uma cópia de Mendigos e altivos (1972), um filme de Jacques Poitrenaud adaptado de um romance de Albert Cossery por ele mesmo, além de Georges Moustaki e Jacques Poitrenaud. Godard o procurava porque um dos elementos fundamentais de seu projeto era adaptar Ambição no deserto, romance curto de Cossery de 1984. O filme foi difícil de encontrar porque nunca havia sido lançado em vídeo ou digital. Por isso, com Jean-Paul, fomos vê-lo na mesa de montagem dos arquivos da Cinemateca Francesa. Mais tarde, depois que encontrei vários outros filmes para ele, Jean-Luc Godard me co
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