Seleção brasileira

Seleção brasileira
Capas das obras lançadas em 2017 (Arte Revista CULT / Divulgação)
  Quem disse que seria fácil? Assumi a tarefa de eleger os melhores livros do ano como se não houvesse outra coisa a fazer. Num primeiro momento, achei que conseguiria ler todos os romances e antologias poéticas, nacionais e estrangeiros, que fossem relevantes. No entanto, como saber se um livro é relevante? Lendo e avaliando, claro. Mas como ler todos? Logo vi que seria impossível considerar os estrangeiros, o que foi libertador. Mergulhar fundo na nossa literatura não podia ser mais revelador (ainda mais na minha idade, 53, em que o contexto das narrativas parecia ecoar fundo no que me tange de memória coletiva). Alguns livros promissores ficaram de fora – infelizmente não tive oportunidade de ler tudo o que eu gostaria. Mas posso garantir que os títulos que seguem, lidos com imenso prazer e lápis na mão, valem cada linha. É interessante notar como a história brasileira está presente nos livros selecionados. Parece estarmos realmente num momento de acerto de contas ou de procurar entender os descaminhos atuais através do passado. Personagens marginais também são uma constante: mendigos, cadeirantes, travestis, drogados, militantes, perdidos numa noite suja, formam um corpo humano que busca sua voz e pertencimento. Acre Lucrecia Zappi Todavia O acre do título deste segundo romance de Zappi tem algumas acepções possíveis. Uma delas é o gosto que fica na boca, fechada a última página. Pois se trata de um livro tenso, claustrofóbico. O que não se reflete no estilo da autora, claro, aparentemente simples. As costuras passado/pres

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