Materialismo cultural e romantismo anticapitalista
Raymond Williams (Reprodução)
Filho de um maquinista do País de Gales, Raymond Williams foi sempre um outsider no meio da elite acadêmica inglesa. Sua dupla lealdade, de classe – filho de família operária – e comunitária – a cultura galesa – foi um dos fios condutores de sua vida. Decerto, foi estudante de literatura na tão elitista Universidade de Cambridge, mas, ao aderir ao Partido Comunista inglês no fim dos anos 1930, ele se situava necessariamente à margem do establishment universitário. Seus estudos foram interrompidos pela Segunda Guerra Mundial na qual combateu como condutor de tanques. No pós-guerra, escolhe deixar Cambridge – bem como o Partido Comunista (PC) – para lecionar, com seu amigo E. P. Thompson, na Associação Educacional dos Trabalhadores, uma rede de extensão universitária ligada ao movimento operário inglês. Retorna a Cambridge, como professor, apenas em 1961.
Pode-se considerar Raymond Williams, junto com Stuart Hall e seus amigos do Centre for Contemporary Cultural Studies, de Birmingham, como o inaugurador – graças a seu livro de 1958, Cultura e sociedade – dos cultural studies, destinados a tornarem-se um dos domínios mais importantes da pesquisa universitária anglo-saxã, mas que são, em sua origem, um método inspirado pelo marxismo de análise sócio-histórica dos fatos culturais (no sentido amplo do termo). Foi também, com E. P. Thompson, John Saville, Stuart Hall, Raphael Samuel – e outros intelectuais marxistas que romperam com o PC inglês em 1956 – o fundador da New Left Review, de 1960. Algumas de suas obras, c
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