Dostoiévski: Fascismo e Redenção
O escritor russo Fiódor Dostoiévski
Cento e trinta e quatro anos após a morte do escritor russo Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski (1821-1881), sua obra polifônica continua a gerar teses e antíteses em contínuo entrechoque ao redor do mundo. No contexto de recepção dialeticamente explosiva da obra do autor de Crime e castigo, a professora e pesquisadora norte‑americana Susan McReynolds desponta com análises originais – e sumamente polêmicas. Docente do Departamento de Línguas e Literaturas Eslavas da Universidade Northwestern, em Evanston, cidade ao norte de Chicago; presidente da Sociedade Norte‑Americana de Dostoiévski; secretária executiva da Sociedade Internacional de Dostoiévski (IDS, em inglês); e membro do conselho editorial da revista Dostoevsky Studies, periódico anual da IDS que reúne as publicações dos mais renomados estudiosos da obra de Dostoiévski, Susan McReynolds considera o escritor russo um autor central para a constituição da intelligentsia fascista europeia, tendo em vista o intrincado entrelaçamento de cristianismo e antissemitismo, revolução e reação, nacionalismo messiânico e socialismo a lançar raízes pelo subsolo dostoievskiano. Na entrevista a seguir, McReynolds fala de Dostoiévski como um dos mentores do fascismo e um revolucionário da contrarrevolução, estabelecendo uma discussão crítica com as correntes que entreveem a (suposta) filosofia da religião ortodoxa russa como o cerne da obra do escritor.
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