As flores novas de Baudelaire Marcos Siscar
A poesia de Baudelaire combina em uma poética do contraste o rigor e a precisão dos formalistas com uma extrema valorização da imaginação romântica
O enigma compartilhado Susana Kampff Lages
A interpretação que Adorno fez de Kafka procura interrogar asperezas, incongruências e imperfeições da obra do autor de ‘O processo’
A fragilidade absoluta
Se a modernidade trouxe para cada sujeito a tarefa intransferível de autoconstituição, a pós-modernidade tornou essa tarefa excessiva. O fato é que caso queiramos circunscrever a pós-modernidade da perspectiva da globalização neoliberal, não será difícil identificá-la com a crise dos estados-nações, com o enfraquecimento de fronteiras e de distinções entre culturas aliado a uma … Continue lendo “A fragilidade absoluta”
Maquiavel, do diabo à ética
Hoje cada um de nós está na condição do príncipe de Maquiavel: mais livre do que nunca, mas também mais inseguro Num dia de dezembro de 1513, um homem escreve a um amigo. Está no campo, banido. Foi preso e torturado. Mas não se queixa. Conta que passa o dia com os camponeses, gritando, jogando. … Continue lendo “Maquiavel, do diabo à ética”
Maquiavel e o republicanismo
Mais do que formular um novo conceito de verdade, ele nos ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias A história da recepção da obra de Maquiavel foi marcada, desde o século XVI, pela insistência de muitos intérpretes em descrever suas análises da política como exemplo acabado do cinismo e da amoralidade, convertidos em regra … Continue lendo “Maquiavel e o republicanismo”
Arqueologia do campo
Uma onda conservadora se coloca na atualidade; existem novas pressões hoje para que a psicanálise seja uma prática estritamente médica, de forma que mesmo os psicólogos que a exerçam sejam tutorados por médicos na sua prática clínica. A introdução da psicanálise no Brasil não se confunde absolutamente com a sua institucionalização, se definirmos essa … Continue lendo “Arqueologia do campo”
O apóstolo do individualismo
Em entrevistas e palestras, Faulkner defendeu uma fidelidade ao indivíduo que está na raiz do caráter multifacetado de suas personagens e em sua recusa a fazer da literatura um instrumento político Um demônio fez William Faulkner virar escritor. Um demônio interior, que lhe inspirava a necessidade de escrever, arrebatava-o e o mantinha até o final … Continue lendo “O apóstolo do individualismo”
As ondas políticas
O bom governante deve entender que está sempre em alto-mar Shakespeare encena Maquiavel. Próspero, d’A Tempestade, executa uma coreografia política pensada a partir das lições d’O Príncipe. A representação teatral do inglês é espelho privilegiado da política do florentino. No início da peça, Próspero é o legítimo Duque de Milão, lendo em sua biblioteca e … Continue lendo “As ondas políticas”
Um morto contra a morte
Lacan é como o Cristo que fala por parábolas, para que, nesse caso, tendo ouvidos para ouvir, não ouçam aqueles que não merecem. Jacques Lacan (1901 – 1981) – assim o imagino com admiração, mas jamais poderei estar inteiramente seguro – pretendia denunciar a repetição monótona das interpretações correntes. Do pensamento de Freud, os … Continue lendo “Um morto contra a morte”
São Paulo e o modernismo
As vanguardas de um modo geral louvaram em verso e prosa a chegada da modernidade na paisagem urbana Serafim Ponte Grande, personagem principal do polêmico romance de Oswald de Andrade, publicado em 1933 e escrito na década anterior, em toda a vida tinha amado apenas a amante Dorotéia e a cidade natal. São Paulo, ao … Continue lendo “São Paulo e o modernismo”