Luta por sobrevivência
Leticia Bosisio e Martha Ribas, sócias da Livraria Janela, no Rio, que foi inaugurada no dia do anúncio da quarentena (Foto: Ana Branco)
E m 13 de março de 2020, a Janela Livraria estava pronta para sua inauguração oficial, após uma semana de funcionamento, quando se começou a aventar que o Brasil, seguindo o exemplo de outros países, restringiria a circulação de pessoas para combater a proliferação no novo coronavírus. Para evitar aglomeração em ambiente fechado, as duas sócias, a psicóloga Leticia Bosisio e a editora Martha Ribas, adaptaram o evento de estreia com os escritores Ruy Castro e Heloisa Seixas.
O encontro entre autores e leitores, que seria dentro da livraria, foi para a calçada. Naquela noite, veio a notícia de que os governos estadual e municipal imporiam, a partir da segunda-feira seguinte (16 de março), uma série de restrições para enfrentamento da pandemia. “A gente ficou na dúvida se faria ou não . Ninguém sabia muito bem o que ia fechar e o que não ia. O Ruy e a Heloisa toparam fazer a inauguração na rua”, conta Bosisio. “Foi o último evento social para muita gente.”
Localizada no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro, a Janela foi concebida para ser uma livraria em diálogo com a rua e um ponto de encontro. Com a pandemia, a quarentena e as incertezas que começaram a se avolumar, as sócias tiveram que repensar, de imediato, o funcionamento da livraria que mal havia sido inaugurada. “A primeira preocupação foi econômica: negociar aluguel, condomínio, conversar com as editoras. A gente queria sobreviver de qualquer maneira”, diz Bosisio. “O segundo momento foi entender que a gente ia ter que acelerar processos que n
Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »