Entre governados e ingovernáveis
Jephan de Villiers, Enregistrer Pour en savoir plus, s/d. (Foto: Divulgação)
Ensaio interroga facetas da violência contemporânea e se pergunta pelas formas de oposição inteligente ao capitalismo como sistema global
Porque se trata de um breve ensaio de intervenção, originalmente publicado na revista Lignes (Violence mais pourquoi faire?, maio de 2009); porque mais tarde foi ele inserido em livro, também traduzido entre nós (Crédito à morte – a decomposição do capitalismo e suas críticas, Hedra, 2013); porque mais tarde ainda o caso policial e jurídico que lhe servira de ponto de partida acaba de ser encerrado por falta de “provas materiais” (janeiro de 2017) – importa ao menos prevenir o leitor para a ampla gama de combinações que se realiza nesse “pas de trois”, para ir de saída sugerindo: o foco de minhas observações se concentra principalmente no “pas de deux” que executam o mencionado ensaio sobre o tema da violência na política e aquilo que foi apontado como Caso Tarnac.
Muitos se lembram de que, em novembro de 2008, nove jovens foram presos sob a suspeita de sabotar três linhas de trem de alta velocidade e, na cidade de Tarnac, logo acusados de ação associada ao terrorismo. Aos poucos as incoerências de investigação foram saltando à vista até se reduzirem todas a uma alegação tão frágil quanto mais alardeada por muita cumplicidade midiática: a de que os presumidos culpados eram membros de “comitê invisível”, responsável pela redação e divulgação do panfleto “A insurreição que se aproxima”. Drama vivido por cinco mulheres e quatro homens, novelão policial à franc
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