Maquiavel, do diabo à ética

Hoje cada um de nós está na condição do príncipe de Maquiavel: mais livre do que nunca, mas também mais inseguro   Num dia de dezembro de 1513, um homem escreve a um amigo. Está no campo, banido. Foi preso e torturado. Mas não se queixa. Conta que passa o dia com os camponeses, gritando, jogando. … Continue lendo “Maquiavel, do diabo à ética”

O condado de Faulkner

1897 – Nasce William Cuthbert Falkner, na Nova Albânia, Mississippi. 1902 ­– A família Falkner muda para Oxford, Mississippi. 1918 – Aparece pela primeira vez a grafia Faulkner, provavelmente graças a um erro de registro na fábrica de armas Win­chester, onde o escritor trabalhou. 1920 ­– Faulkner passa a escrever resenhas, poemas e textos em … Continue lendo “O condado de Faulkner”

Faulkner redescoberto

A obra de Faulkner, que no passado teve várias edições hoje esgotadas, vem sendo relançada em novas traduções por diversas editoras brasileiras. Além do recém-editado Palmeiras selvagens e de O som e a fúria, que será publicado no segundo semestre deste ano, a editora Cosac & Naify programa para 2004 o romance Luz em agosto. … Continue lendo “Faulkner redescoberto”

Maquiavel e o republicanismo

Mais do que formular um novo conceito de verdade, ele nos ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias A história da recepção da obra de Maquiavel foi marcada, desde o século XVI, pela insistência de muitos intérpretes em descrever suas análises da política como exemplo acabado do cinismo e da amoralidade, convertidos em regra … Continue lendo “Maquiavel e o republicanismo”

Arqueologia do campo

Uma onda conservadora se coloca na atualidade; existem novas pressões hoje para que a psicanálise seja uma prática estritamente médica, de forma que mesmo os psicólogos que a exerçam sejam tutorados por médicos na sua prática clínica.   A introdução da psicanálise no Brasil não se confunde absolutamente com a sua institucionalização, se definirmos essa … Continue lendo “Arqueologia do campo”

Le Travail de l’Oeuvre Machiavel, um livro essencial

O maquiavelismo é um mito que associa a política à imoralidade – e mostra a desconfiança que sentimos da dimensão política Antes da publicação do livro de Lefort, a “questão Maquiavel” parecia não concernir o meio intelectual francês que estava, nos anos 1960, sob o impacto do estruturalismo. Lefort arriscou uma outra direção. No título … Continue lendo “Le Travail de l’Oeuvre Machiavel, um livro essencial”

O apóstolo do individualismo

Em entrevistas e palestras, Faulkner defendeu uma fidelidade ao indivíduo que está na raiz do caráter multifacetado de suas personagens e em sua recusa a fazer da literatura um instrumento político Um demônio fez William Faulkner virar escritor. Um de­mô­nio interior, que lhe inspirava a necessidade de escrever, arrebatava-o e o mantinha até o final … Continue lendo “O apóstolo do individualismo”

As ondas políticas

O bom governante deve entender que está sempre em alto-mar Shakespeare encena Maquiavel. Próspero, d’A Tempestade, executa uma coreografia política pensada a partir das lições d’O Príncipe. A representação teatral do inglês é espelho privilegiado da política do florentino. No início da peça, Próspero é o legítimo Duque de Milão, lendo em sua biblioteca e … Continue lendo “As ondas políticas”

Um morto contra a morte

Lacan é como o Cristo que fala por parábolas, para que, nesse caso, tendo ouvidos para ouvir, não ouçam aqueles que não merecem.   Jacques Lacan (1901 – 1981) – assim o imagino com admiração, mas jamais poderei estar inteiramente seguro – pretendia denunciar a repetição monótona das interpretações correntes. Do pensamento de Freud, os … Continue lendo “Um morto contra a morte”

A tragédia da política

Há uma continuidade profunda e fundamental entre O Príncipe e Hamlet, que se deve a terem ambos uma plena compreensão da natureza trágica da ação política São bem conhecidas as páginas em que Nicolau Maquiavel diz que o príncipe que deseje engrandecer sua pátria deve “aprender a não ser bom” e dispor-se, se o exigirem … Continue lendo “A tragédia da política”

Novembro

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