Para Robert Darnton, só hoje é possível uma biblioteca universal

Para Robert Darnton, só hoje é possível uma biblioteca universal
Robert Darnton, historiador norte-americano, em agosto de 2016 (Foto Luiz Munhoz)

O segundo dia do 4º Congresso Internacional CULT de Jornalismo Cultural foi encerrado com a palestra do historiador norte-americano Robert Darnton, mediado por Gunter Axt. Darnton discorreu sobre seu projeto da criação de uma biblioteca digital universal e também a respeito do papel da imprensa na análise histórica.

Ele tratou em especial dos textos acadêmicos a fim de contextualizar a necessidade da universalização do conhecimento. “A assinatura anual de um jornal acadêmico de medicina custa em torno de US$ 29 mil. Muitas bibliotecas não conseguem pagar pelas publicações, impedindo o contato de muitos alunos com estes materiais”.

O projeto de Darnton, denominado DPLA (Digital Library Public of America), engloba não apenas as produções da academia, mas também a literatura mundial, imagens e vídeos. “A ideia de uma biblioteca universal é antiga, mas apenas hoje em dia isso é possível”, afirma Darnton, referindo-se aos avanços tecnológicos e à internet. Comunica que a biblioteca já tem inúmeras obras digitalizadas, que estarão disponíveis a todos a partir de abril de 2013.

No momento de responder questões do público, Gay Talese – que estava presente – se pronunciou, questionando o historiador a respeito do pouco uso da publicidade em jornais antigos como forma de estudo. Diz que historiadores mantêm-se muito nas notícias e ignoram esta parte importante da comunicação. Darnton comentou: “Anúncios são particularmente reveladores. Historiadores não os usam o quanto poderiam e, sem dúvida, deveriam seguir o seu conselho”.

 

(1) Comentário

  1. O SONHO DE BORGES – Será que finalmente teremos a grande biblioteca imaginada por Jorge Luis Borges? Sem dúvida, na era digital, em que a internet avança a passos largos, uma biblioteca com total acesso aos livros, para pesquisa é o sonho de muitos estudantes, pesquisadores e cientistas, pois, como foi dito, além do alto custo da assinatura de publicações especializadas, ainda há o problema da diversidade (quais assinar? E se quiser ver outra que não assino, mas que publicou artigo sobre matéria de meu interesse?). Esperemos, para o nosso bem, que o sonho se torne realidade. Bem poderia ser promovido um grande abaixo-assinado via internet, para sensibilizar as instituições que podem viabilizar tal projeto de grande porte, e voluntários para inserir dados na base de dados.

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