‘A imprensa deve ir contra a corrente’, diz José Geraldo Couto
O jornalista José Geraldo Couto (Divulgação)
A mesa “Afinal, o que é cultura popular hoje?” foi composta pelos filósofos Vladimir Safatle e Oswaldo Giacóia Jr. e pelo jornalista José Geraldo Couto, com mediação de Marcelo Rezende. A discussão se deu acerca da relação entre a produção cultural e o modo como o jornalismo cultural a seleciona e veicula nos dias de hoje.
Para José Geraldo Couto, o jornalismo cultural vive uma crise, está perdendo seu poder de influência na produção cultural e, principalmente, passou a ser pautado pelo que dita o mercado e o gosto do grande público. “A imprensa deve ir contra a corrente, caso contrário, torna-se uma linha disfarçada de publicidade”.
Após ler um texto de sua autoria em que contextualiza e comenta o jornalismo cultural e sua função na atualidade, Oswaldo Giacóia Jr. acrescentou que, “se o jornalismo cultural permanecer permeável ao investigativo, então ele não será apenas um filtro da produção cultural, mas também um fator decisivo e participativo para a democratização da cultura”.
Vladimir Safatle optou por discorrer a respeito do conceito de cultura popular. “Deve ser feita a distinção entre cultura falsamente popular e a cultura genuinamente popular”, disse, ao defender que a cultura de massa não é uma expressão cultural, pois “possui sempre as mesmas estruturas, é um meio de produção”.
