Estante: Samir Amin, Buchi Emecheta, Frantz Fanon

Estante: Samir Amin, Buchi Emecheta, Frantz Fanon
O economista franco-egípcio Samir Amin, autor de "Somente os povos fazem sua própria história" (Foto: DIvulgação)

 

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[Somente os povos fazem sua própria história, Samir Amin]

Em doze ensaios produzidos entre 2000 e 2018, o economista franco-egípcio empreende análises sobre o capitalismo contemporâneo a partir da perspectiva dos países da periferia. Por meio de categorias marxistas, analisa o aumento da pobreza mundial, a acumulação do capital, a emergência do Islã político, o retorno do fascismo, a ascensão da China e a atualização da vocação terceiro-mundista do marxismo. A introdução é assinada pelo filósofo marxista indiano Aijaz Ahmad. Os textos foram originalmente publicados na revista Monthly Review e alguns são inéditos em português.  

Expressão Popular, 252 páginas, R$35,00. Tradução de Dafne Melo


[Preço de noiva, Buchi Emecheta]

Neste romance, a jovem igbo Aku-nna é obrigada a mudar de vida depois da morte de pai. Moradora de Lagos, ela retorna com a mãe e o irmão para o povoado rural de Ibuza, onde enfrenta angústias da adolescência e a rigidez das tradições patriarcais do seu povo. Ela se apaixona por Chike, descendente de escravizados, mas a relação é considerada um atentado contra a cultura igbo. O casal luta para ficar junto, mesmo sabendo da tragédia que pode nascer daí. De Emecheta, a Dublinense já publicou  No fundo do poço, Cidadã de segunda classe e As alegrias da maternidade (1979).

Dublinense, 224 páginas, R$49,90. Tradução de Julia Dantas


[Pele negra, máscaras brancas, Frantz Fanon]

A obra investiga os mecanismos pelos quais a sociedade colonialista instaura a “epidermização da inferioridade”, segundo o Fanon, ou seja, a interiorização de uma inferioridade associada à cor da pele. Por meio de conceitos da filosofia, psicanálise, psiquiatria e antropologia, além de autores como Hegel, Sartre, Lacan, Freud e Aimé Cesaire, Fanon busca desalienar pessoas negras do complexo de inferioridade incutido pela sociedade branca. O texto é referência na luta antirracista desde a sua publicação, em 1952.

Ubu, 336 páginas, R$69,90. Tradução de Sebastião Nascimento


[Raça e eleições no Brasil, Luiz Augusto Campos e Carlos Machado]

Se mais da metade dos brasileiros se declarou preto ou pardo no último censo em 2010, por que a proporção desses grupos na Câmara dos Deputados girou em torno de um quarto nas eleições de 2018, por exemplo? É sobre esse e outros temas que se debruça o livro de Campos e Machado, que aqui esmiúçam a questão racial no sistema político, especialmente nas dinâmicas eleitorais e parlamentares. Fruto de mais de cinco anos de pesquisas, o livro se aprofunda na relação entre raça e política no Brasil, tema ainda marginal nos estudos acadêmicos.

Zouk, 168 páginas, R$38


 

[Poesia armênia contemporânea, org. Deize Crespim Pereira] 

O livro reúne obras de quinze poetas, em uma sequência cronológica, com poemas vertidos para o português diretamente do armênio pela organizadora e por um grupo de tradutores, docentes e alunos do curso de armênio da USP. As traduções são apresentadas de forma espelhada, junto dos originais em armênio. Uma coleção de algumas das melhores obras dos proeminentes poetas do final do século 19 até o final do século 20, um período fervoroso e denso da poesia armênia. Disponível para download no site da Usp.

Universidade de São Paulo, 330 páginas, grátis. Traduções de Amanda Pacheco Muras, Cristiane Gonçalves Marins, Deize Crespim Pereira, Fernando Januário Pimenta, Karen Mitie Suguira, Lucca Tavano Bacal, Lusine Yeghiazaryan, Taís Assadurian Silva.

 


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