Reforma cambial para reindustrializar o Brasil
As possibilidades de uma reforma cambial para reindustrializar o Brasil (Arte Andreia Freire / Foto Agência Petrobrás)
Depois de muitos anos de quase estagnação, o país vive agora uma grave recessão. No longo prazo, essa recessão reflete a incapacidade dos economistas brasileiros, tanto ortodoxos quanto desenvolvimentistas, em adotar uma política cambial que coloque a taxa de câmbio flutuando em torno do equilíbrio competitivo ou industrial. Uma incapacidade que resulta de seu desconhecimento da tendência estrutural à sobreapreciação cíclica e crônica da taxa de câmbio que existe nos países em desenvolvimento; portanto, de populismo cambial combinado a incompetência. No curto prazo, a recessão teve quatro causas principais: a violenta queda no preço das commodities exportadas pelo Brasil ocorrida no segundo semestre de 2014; o grande escândalo da Petrobras, que veio à tona no último trimestre desse mesmo ano, e causou paralisação dos investimentos de uma empresa que responde por 10% da formação bruta de capital; a política antipatriótica do Banco Central do Brasil de continuar a aumentar a taxa de juros quando a economia brasileira já estava entrando em recessão; e da perda de confiança dos empresários industriais no governo que aconteceu em duas etapas: primeiro, em 2013, quando eles se deram conta da incapacidade de garantir uma taxa de lucro minimamente satisfatória e uma taxa de juros civilizada – duas condições para que invistam; segundo, no início de 2015, quando ficou claro que o governo expandira irresponsavelmente as despesas no ano da eleição e levara o país à crise fiscal.
Essa crise econômica aguda está relacionada a uma cris
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