‘O samba nasceu fugindo da polícia’, afirma Paulo Lins
Em sua mesa final, o 4º Congresso Internacional CULT de Jornalismo Cultural reuniu o jornalista Mário Sergio Conti e o escritor Paulo Lins para discutirem o tema “O Refinado Dilema do Samba”, mediados por Maria Izilda Matos, professora titular do Departamento de História da PUC-SP.
Conti discorreu sobre os diversos exemplos de variações entre o erudito e o popular na música clássica, e relacionou o assunto ao samba, dizendo acreditar que o compositor João Gilberto seja o maior exemplo desta fusão.
Lins, por sua vez, discorreu sobre o samba como arte vanguardista. “O samba é um gênero que nasceu com o objetivo de ser diferente, de provocar mudança”, afirmou. Remontando a história do gênero musical, falou sobre a repressão sofrida pelos sambistas no início do século 20, o que incentivou a criação das escolas de samba. “A escola de samba era para não apanhar da polícia. O samba nasceu fugindo da polícia”.
“Hoje, graças a deus, o samba virou indústria cultural. Isso o fortaleceu”, acrescentou Lins, que disse não acreditar que a popularidade necessariamente influa na qualidade. “Dentro de cada gênero há compositores que só têm intuito comercial e os que querem algo mais; é o que difere o clássico do datado”, finalizou.