“O presente está em colapso”, diz Alcir Pécora
O professor de teoria literária Alcir Pécora (TV CULT)
A relação entre o jornalismo e a produção literária no passado e no presente foi tema de debate no 4º Congresso Internacional CULT de Jornalismo Cultural. Os presentes na mesa “O que o passado ensina?” eram Alessandra El Far, antropóloga, Alcir Pécora, professor de teoria literária, e Armando Antenore, redator-chefe da revista Bravo!. Na mediação, o jornalista Juarez Tadeu de Paula Xavier.
Alessandra El Far contextualiza a crítica literária brasileira do século XIX, especialmente a respeito de romances populares. Tais livros eram execrados pela crítica, mas possuíam grande sucesso, interessando a todas as classes econômicas e sociais. El Far argumenta: “Os que criticavam também poderiam escrever um livro do gênero alegre. Era o que vendia”.
Antenore descreve os tipos jornalistas culturais brasileiros da década de 70, entre conservadores e tropicalistas, e julga a função social do jornalismo cultural: “Hoje, o jornal é apenas mais um mediador, pois perdeu sua autoridade”.
“Estamos espremidos em um tempo que acaba antes mesmo dele existir”, afirma Pécora, para quem “o presente está em colapso”, pois não quer aprender com o passado e não pensa no futuro. O desafio, segundo o professor, é “manter uma ideia de cultura que se sustente nessa instável concepção de tempo”.
Contrapondo o argumento de Pécora, Armando Antenore diz: “vivemos um momento em que o passado não é mais uma coisa a ser combatida. No pós-modernismo, tudo é presente”.
Veja, abaixo, entrevista exclusiva com Pécora.