Jerônimo Teixeira: ‘Manifestações populares não interessam ao jornalismo cultural’

 Jerônimo Teixeira: ‘Manifestações populares não interessam ao jornalismo cultural’
Mesa discute os valores do jornalismo cultural (Arte Revista CULT)

A penúltima palestra do segundo dia do 4º Congresso Internacional de Jornalismo Cultural reuniu Paulo Roberto Pires, escritor e editor da revista Serrote, Jerônimo Teixeira, crítico de literatura da revista Veja, e Marcos Flamínio Peres, diretor de redação da CULT. A mediação da mesa, sobre as especificidades do jornalismo cultural, ficou a cargo do jornalista Edward Pimenta.

Para Teixeira, a tarefa do jornalista é cobrir os produtos da indústria cultural, e não descobrir novas manifestações populares. “Manifestações populares não interessam ao jornalismo cultural e muito menos ao povo”, opinou.

Discordando de Teixeira, Pires advertiu: “Não se deve demonizar o mercado, mas também não se pode deixar que ocorra uma naturalização de sua lógica”. Segundo ele, essa naturalização acaba consolidando um gosto médio e incentivando uma visão unilateral por parte da imprensa. “Não há nada mais sem graça do que uma cultura média, tratada de modo médio, insípido e inodoro”.

Por sua vez, Peres chamou a atenção para um empobrecimento do jornalismo cultural. Segundo ele, são muitos os veículos que têm priorizado a vida privada dos artistas em detrimento de suas obras, confundindo, assim, comportamento com cultura. “A mídia impressa está perdendo seu valor de legitimador da cultura”.

(2) Comentários

  1. “Manifestações populares não interessam ao jornalismo cultural”… olha onde o cara trabalha! É por causa de cabecinhas como essas que o jornalismo cultural vive essa decadência..

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