Hunter Thompson e Baudelaire

Hunter Thompson e Baudelaire
CULT – Por que o filme é inspirado no ensaio de Baudelaire? Marcos Prado – Por meu anseio pela profundidade na reflexão e discussão sobre as drogas na sociedade. Há tempos tenho uma preocupação com certos excessos aos quais a juventude contemporânea está exposta nos ritos de passagem. São muitas perguntas sem resposta. Há 150 anos, Baudelaire descreveu a busca pelas drogas como uma compulsão humana em atingir o Éden. Concorda? Acredito que, nos primórdios da humanidade, o homem usava drogas para se conectar com sua espiritualidade. Mas, desde a formação das grandes cidades, em que o homem se tornou um ser estressado, ansioso e incapaz de suportar a própria realidade, o vício fez da droga um problema de saúde pública. As drogas sempre existiram e sempre vão existir. O problema é a forma como você se relaciona com elas. Assim como o ensaio, o filme assume posição isenta em relação ao seu consumo? O consumo e o tráfico são evidentes, mas não sou moralista nem faço apologia. Conversei com muita gente para entender quem é esse jovem multifacetado de hoje; que valores ele abraça para não sucumbir à corrida desenfreada do consumo, à superficialidade dos relacionamentos e à necessidade de viver o momento intensamente e sem limites. O filme não traz respostas, mas deixa a porta aberta para discussão e reflexão. CULT – Qual o melhor livro de Hunter Thompson? Matthew Shirts – Medo e Delírio em Las Vegas. Ele coloca em questão o narrador jornalístico com intensidade e imenso humor. Traça, ao mesmo tempo, um retrato sem igual daq

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