A herança do neoliberalismo: sementes da revolta
O desmanche neoliberal (Reprodução)
Sinteticamente, duas grandes correntes marxistas desenvolveram-se ao longo das últimas três décadas a fim de analisar a trajetória e o destino do neoliberalismo. Em primeiro lugar, consolidou-se um estilo interpretativo, caracteristicamente anglo-saxão, cuja ênfase explicativa recai nas necessidades do regime de acumulação financeirizado. Como afirma Tony Smith, trata-se de uma abordagem que, esquematicamente, parte da economia política da globalização balizada, sobretudo, pela integração mais ou menos problemática entre as estratégias sociais da acumulação e as formas políticas do Estado capitalista.
Além disso, é muito comum que esta abordagem enfatize igualmente as reconfigurações geográficas da produção, isto é, a descentralização e a integração funcional ao redor do mundo de vastas cadeias de produção e de distribuição que acompanham o movimento do valor em escala global. Assim, é possível perceber a concentração sem precedentes dos mecanismos de gestão empresarial, além da centralização do poder de tomada de decisão por uma diminuta parte dos agentes transnacionais capitalistas. Trata-se da formação do poder da plutocracia internacional concentrado nas finanças globais contra o qual se levantou o movimento Occupy Wall Street em 2011.
Frequentemente, este estilo de abordagem do neoliberalismo representado pelo livro Global Slump: The Economic sand Politics of Crisis and Resistance, de David McNally, por exemplo, não apenas deriva de uma leitura da financeirização econômica do regime de acumulação ocorrida após a
Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »