De Frida Kahlo à Donzela Guerreira
(Foto Manuel Álvarez Bravo)
Movimento artístico original e inovador, nascido da Revolução Mexicana, o muralismo deu a nota nos anos de 1920 e 1930. De inspiração política, devotou-se a realizar uma arte para o povo, a ser exibida permanentemente em lugares públicos. Cobriram-se as paredes de escolas, palácios, ministérios, igrejas, pátios etc., com painéis gigantescos versando os afazeres do povo, as lutas contra a opressão dos poderosos, o passado e o presente indígenas. Além de falar ao povo, era uma arte que retratava o povo. Seus nomes centrais foram Rivera, Orozco e Siqueiros: influenciaram o mundo inteiro, aliás, influenciam até hoje. Quanto a nós, tivemos em Portinari nosso principal muralista. Esses pintores foram marcados não só pelo realismo socialista e pela arte soviética, mas também pelas vanguardas europeias, como o cubismo e o surrealismo.
Na exposição Frida Kahlo - Conexões entre mulheres surrealistas no México, a curadora Teresa Arcq fez uma escolha inteligente: apresentar Frida Kahlo em meio a 14 artistas mexicanas com afinidades estéticas. Não se ateve apenas às pinturas conspícuas, mas incluiu esculturas, esboços, fotos, títeres feitos com fios de metal, notícias de jornal, cartas, documentos. Incluiu ainda seis trajes completos, típicos das camponesas do país: Frida gostava não só de portá-los como também de se retratar neles, adicionando uma coroa de tranças com entremeio de fitas e flores. São roupas multicores, que combinam tecidos de estampas diferentes, sobrecarregadas de matizes, de texturas e de bordados – lindas, em suma
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