O divã como ponto de encontro

O divã como ponto de encontro
O psicanalista Christian Dunker (Divulgação)
    O divã do psicanalista Christian Dunker é gigantesco porque generoso e acolhedor, mas também porque disposto a enfrentar as questões múltiplas – políticas, sociais, identitárias, econômicas – que afligem o mundo contemporâneo. Para ele, a psicanálise não se resume à clínica do indivíduo, mas compreende o sujeito como sendo ao mesmo tempo universal e particular, na acepção lacaniana. Compreende, em última instância, o precário e instável contrato social sob o qual vivemos. Reinvenção da intimidade – políticas do sofrimento cotidiano, nesse sentido, é possivelmente seu livro mais importante, pois o mais acessível. São 49 artigos escritos ao longo de 26 anos de reflexões e compilados de publicações como a própria CULT, as revistas Mente e Cérebro, Brasileiros, Viver, Fórum, o Portal Namu e o blog da editora Boitempo. Não apenas compilados, mas editados e organizados de tal maneira que formam um todo coerente, uma narrativa cativante, que por vezes assume um diálogo aberto com o leitor. Não é rara a sensação de estarmos diante do autor, gesticulando enquanto constrói seu pensamento de maneira algo idiossincrática, numa escala que vai do simples ao quase caótico (ele mesmo classifica o livro de “caleidoscópio incerto”), sempre com algum ingrediente original, iluminador. Ficamos fascinados com sua inteligência e multiplicidade de interesses, e com a forma como costura, espontaneamente, elementos da cultura pop, com referências cinematográficas (Matrix, Central do Brasil, Encontros e desencontros), m

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