Intérprete de Heidegger

Intérprete de Heidegger
Benedito Nunes em seu pequeno escritório-biblioteca, repleto de livros e fotografias (Foto Paula Sampaio)
  Benedito Nunes possui uma vasta produção como crítico da literatura brasileira: obras sobre Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Mário Faustino, Machado de Assis, Oswald de Andrade etc. Também escreveu livros de divulgação e de formação crítica, na área da filosofia e da teoria literária, destinados ao público mais amplo e universitário. Em Introdução à filosofia da arte, A filosofia contemporânea e O tempo na narrativa, notamos uma grande desenvoltura junto à linguagem acadêmica mais restrita e à divulgação da filosofia e da literatura para o grande público. Muitos de seus textos publicados em livro foram antes escritos para suplementos literários de jornais, principalmente dos anos 1960 e 1970, quando filosofia e literatura pareciam ainda ter uma presença mais forte nos meios escritos de comunicação. É diante desse quadro que se coloca sua dedicação ao pensamento de Heidegger, principalmente no que se refere aos textos do filósofo relacionados à linguagem e à poesia. Ser heideggeriano foi, para Benedito Nunes, mover-se num certo espaço de jogo entre a trama da existência e a emergência do logos. Heidegger permitiu-lhe uma liberdade de pensamento, uma abertura para temas que muitos outros quadros teóricos ou chaves de interpretação literária não propiciavam. No entanto, logo no começo de O tempo do niilismo, Benedito Nunes se defende de uma possível acusação de estar sob o “efeito Heidegger”, termo pejorativo criado por Henri Meschonnic. Já numa entrevista para o livro Conversas co

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