Um retrato de Lívio Abramo

Um retrato de Lívio Abramo
Desenho de Lívio Abramo, "Retrato ideal de Antonio Gramsci", 1932/ (Acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná [MAC-PR])
O artista brasileiro é o autor de um dos mais antigos retratos feitos de Gramsci   É de autoria de um artista brasileiro um dos mais antigos retratos feitos de Antonio Gramsci. Trata-se de um desenho de Lívio Abramo feito à caneta sobre papel em 1932 intitulado Retrato ideal de Antonio Gramsci. Em 1932, Lívio já desenhava e tinha alguma experiência com a gravura, mas ganhava a vida em São Paulo como jornalista responsável pela seção de telegramas estrangeiros no Diário da Noite. Membro do Partido Comunista Brasileiro há alguns anos, foi em 1932 que Lívio conheceu diversos militantes trotskistas na redação do jornal, dentre eles o crítico Mário Pedrosa. Esta amizade lhe custou as acusações de “trotskista” e de “agente da polícia”, bem como a expulsão do partido no mesmo ano. Em entrevista concedida nos anos 1980, Lívio recordaria que em 1932 “havia aquela corrente obreirista no partido, contra todos os intelectuais”, e também contra artistas como ele. É intrigante pensar nas razões que teriam levado Lívio a propor um “retrato ideal” de Gramsci neste ano tão intenso. Uma sugestão está em sua sensibilidade aos problemas internacionais na época, possibilitada inclusive pelo contato no trabalho com as notícias internacionais. É deste período uma gravura de Lívio dedicada a retratar Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, ativistas anarquistas executados na cadeira elétrica em agosto de 1927 nos Estados Unidos acusados de homicídio em um julgamento controverso e com conotação de perseguição política. De acordo

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