Surrealismo, 100 anos
"Telefone afrodisíaco" (1938) de Salvador Dalí (Schirn Kunsthalle)
Em 1917, a palavra “surrealismo” apareceu pela primeira vez na literatura, empregada por Apollinaire para descrever seu drama Les mamelles de Tirésias . Para o poeta, “quando o homem quis imitar a caminhada, ele criou a roda, que não se parece com uma perna. Fez, assim, o surrealismo sem perceber”. Sete anos depois, o termo foi empregado por André Breton no seu Manifesto Surrealista, em que se apoiava nas descobertas freudianas do inconsciente em favor de uma arte onírica, aberta aos territórios ainda incógnitos da mente humana. O projeto, assim, também comportava uma visada revolucionária, pois pretendia derruir a forma da modernidade para mostrar sua baixeza, seu informe recalcado pelo projeto civilizador.
Passados cem anos do primeiro Manifesto Surrealista, intelectuais de diferentes áreas pensam, convidados pela Cult neste especial, nas constelações e nos influxos do surrealismo para além de sua imediata esfera de vanguarda europeia da década de 1920.
Nos dias 15, 16 e 17 de novembro, de sexta a domingo, a Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, promove o IV Festival Mário de Andrade. A edição deste ano celebra os 100 anos do primeiro Manifesto Surrealista de André Breton, com mesas de debate, rodas de conversa, espetáculos teatrais, shows e exposições. Toda a programação é gratuita.
No dia 15, durante a mesa de abertura, a poeta Leila Ferraz, participante ativa do movimento surrealista em São Paulo, protagoniza um debate ao lado da poeta e pesquisadora Maria Lúcia Dal Farra. As convidadas prestam homenagem a dois grand
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