Para Art Spiegelman, quadrinhos são ‘uma forma de fazer arte’

Para Art Spiegelman, quadrinhos são ‘uma forma de fazer arte’
Parte da graphic novel 'Maus', de Art Spiegelman (1991)

O encerramento do primeiro dia do 4º Congresso Internacional de Jornalismo Cultural ficou por conta do quadrinista Art Spiegelman, autor do romance gráfico Maus, que remonta a história do holocausto.

Em sua palestra, que começou com meia hora de atraso devido ao furto de seu lap top, Spiegelman discorreu sobre a história dos quadrinhos e sua formação como artista gráfico. Ele disse ter se interessado pelo gênero após descobrir seu potencial para criar narrativas. “Eu percebi que quadrinhos podiam ser quase tudo: propaganda, entretenimento e, até mesmo, arte”.

“Assim como um escritor escreve um parágrafo de efeito visual  eu desenho quadrinhos”, declarou ele, ao exemplificar com uma tira em que havia alterado a ordem direta dos quadros com o intuito de transmitir ao leitor a sensação de desorientação experimentada pela personagem da história.

Ele também falou sobre o processo criativo de “Maus”, sua obra-prima, que lhe rendeu um prêmio Pulitzer em 1992. Baseando-se em propagandas nazistas, o autor optou por retratar os judeus como ratos, prática comum na caracterização deste povo à época. “Para legitimar o extermínio de raças você precisa transformá-las em pestes”.

Reconhecendo as graphic novels como uma fusão entre a alta e baixa cultura, Spiegelman também comentou sobre a barreira tênue que divide as duas classificações. “No início, o Jazz era considerado um gênero extremamente vulgar – 20 anos depois, é visto como um gênero erudito. Isso é incrível!”, afirmou.

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