Moda “perigosa”: a psicanálise nos periódicos cariocas dos anos 1920
A psicanálise como "Arca de Noé" na Gazeta de Notícias de fevereiro de 1938 (Foto: Reprodução/Arquivo Biblioteca Nacional)
A teoria psicanalítica chegou ao Rio de Janeiro no início do século 20, através da leitura e trabalho do médico psiquiatra baiano Juliano Moreira (1873-1933), que a levou para estudos e debates na Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal, fundada em 1907 por ele próprio e por Afrânio Peixoto (1876-1947). A década de 1910 foi o período em que a técnica psicanalítica foi introduzida no Hospício Nacional, servindo ainda de base teórico-metodológica para teses de estudantes de medicina (como a de Genserico Pinto, de 1914). A psicanálise passava a circular no principal hospital psiquiátrico do país por meio não somente de Moreira, como também de outras grandes autoridades da psiquiatria do país à época: Henrique Roxo (1877-1969), Antônio Austregésilo (1876-1960) e Júlio Porto-Carrero (1887-1937), fundamentais para a recepção e circulação da obra freudiana.
Neste artigo, apresento como alguns jornais e revistas da década de 1920 no Rio de Janeiro passaram a se referir à teoria de Freud, o que gerava opiniões e repercussões das mais diversas e mostra como a psicanálise começava a circular no ambiente leigo, onde aparecia em reportagens que davam seus juízos sobre a teoria freudiana, proporcionando a um público diverso o conhecimento sobre tal saber.
Advertência: “Perigo”
Um dos personagens interessados na psicanálise no período era o intelectual paraibano Carlos Dias Fernandes (1874-1942), que viveu seus últimos anos de vida no Rio de Janeiro. Em 1925, num artigo publicado no jornal O Paiz, el
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