O feminismo libertário na Revolução Social Curda
(Foto Alexandro Auler)
Fotos que retratam mulheres jovens, fardadas, empunhando armas em campos de batalha, começaram a repercutir na internet no final de 2014. A circulação das imagens coincidia com a tentativa de ascensão no Oriente Médio do ISIS, “Estado Islâmico da Síria e do Levante (Iraque)” – grupo terrorista paramilitar conhecido no Ocidente como Estado Islâmico (EI). Ao tomar áreas na Síria e no norte do Iraque que eram de domínio curdo, o ISIS iniciou uma guerra com as milícias da Revolução Social Curda em 2012, em que um milhão de curdos e turcos se tornaram refugiados.
Fundado em 2004 como um braço da organização Al Qaeda, o ISIS tem como objetivo extinguir as fronteiras entre os países da região e impor a sharia, a lei islâmica. Paralelamente às notícias sobre o grupo terrorista, aos poucos também chegavam ao Ocidente a informação de que as tais fotos de mulheres armadas retratavam as forças de proteção da Revolução Social Curda, formadas, em grande parte, por mulheres.
“A ascensão do Estado Islâmico fez com que as pessoas se dessem conta de que há mulheres lutando pelo povo curdo, mas não entenderam o que constitui propriamente o protagonismo delas nesse processo revolucionário. Muitos se surpreenderam com esse fato, principalmente por se tratar de mulheres inseridas em uma sociedade tão conservadora”, explica Anelise Csapo, especialista em Psicologia Política pela Universidade de São Paulo.
Diversas histórias sobre as milícias femininas curdas se difundiram desde então. A indústria da moda europeia e as revistas femin
Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »