Não somos donos da cultura, afirma o poeta Juan Barja

Não somos donos da cultura, afirma o poeta Juan Barja
O poeta Juan Barja, durante o 4° Congresso Internacional de Jornalismo Cultural (Foto: TV Revista CULT)

A “cultura como negócio” foi um dos temas de debate do primeiro dia do 4º Congresso Internacional CULT de Jornalismo Cultural. A mesa foi composta pelo filósofo Rodrigo Duarte, o poeta e ensaísta espanhol Juan Barja e pela editora-executiva do jornal O Estado de S. Paulo, Laura Greenhalgh. Na mediação, Maria Fernanda Rodrigues, jornalista.

Iniciando o debate, Rodrigo Duarte explicou as teorias dos pensadores Adorno e Horkheimer a respeito da indústria cultural e sua íntima relação com o fetichismo. “No fetichismo, o valor de uso de um objeto é totalmente ocupado por seu valor de troca. As pessoas perdem a capacidade de julgar e sintonizam com interpretações já prontas”.

Juan Barja iniciou sua fala afirmando que a cultura não é originalmente um negócio, mas tornou-se um negócio: “não somos donos da cultura, estamos dentro dela”. Para Barja, o efeito da indústria cultural, em que o conceito de best-seller – menos é mais – impera, está sendo destrutivo.

Na opinião de Laura Greenhalgh, “estamos vivendo um mal-estar: o que irá acontecer com essa indústria cultural na qual vivemos?”. E complementou que é impossível discutir cultura sem mencionar cultura digital, que não apenas insere instabilidade nos conceitos já instituídos como coloca o jornalismo em xeque.

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