Leia depoimento de Art Spiegelman à Revista CULT
O quadrinista Art Spiegelman, em 2007 (Foto: Chris Anthony Diaz)
Pelo o que conheci de São Paulo, é uma cidade fascinante, e o interessante sobre o Brasil é que hoje ele vive o sonho americano onde os EUA perdem, e isso é realmente incrível. Aqui as pessoas vivem o constante sonho de que a vida dos seus filhos vai ser melhor do que a delas próprias; já nos EUA, todo mundo está pensando em si, então estamos nos arruinando.
Eu ainda estou buscando saber o que acho da cultura brasileira, pois passei poucos dias aqui, não é o bastante para adquirir uma verdadeira opinião sobre a cultura. Até mesmo quando estou em São Paulo as pessoas dizem que eu não posso falar sobre a cultura do Rio, uma vez que estou em São Paulo, que traz uma cultura extremamente diferente. Não posso comentar sobre um país tão grande e diversificado como o Brasil sem ser uma completa fraude.
Tudo o que eu espero do 4º Congresso Internacional CULT de Jornalismo Cultural é uma boa projeção do meu trabalho. Vendo a planilha, entendi o motivo por ter sido convidado, mas preferi não fazer um apanhado histórico do meu trabalho. Preferi me manter nos tópicos que preparei antes, tentar engajar a minha criação com o processo. A minha função é tentar desvendar qual é o lugar dos quadrinhos num contexto em constante mutação.
Como isso afeta a cultura mundial? Não sei. O Brasil tem a vantagem de estar dez anos atrás dos EUA e mesmo assim ter uma cultura na ilustração. Mas nos EUA os funcionários de revistas estão enlouquecendo com as mudanças tecnológicas.