O futuro que estava lá – imagens benjaminianas
Walter Benjamin em Pontigny, França, maio de 1939 (Foto: Gisele Freund/Walter Benjamin Archiv)
Quais as relações possíveis entre utopia, inconsciente e pensamento por imagens tal como postulado por Walter Benjamin? Uma das tantas características da obra benjaminiana é sua peculiaridade de transitar com facilidade por diversos campos do conhecimento sem exatamente ser classificada, circunscrita por apenas uma dessas áreas. É possível dizer que seus escritos – espécies de libelos antitotalitários que se provam sempre atuais – habitam as bordas, os entres, e desempenham exitosamente o que o autor berlinense intentou ao longo de sua breve vida: pôr em prática uma metodologia que se mostra porosa aos movimentos do mundo e não somente ao percurso do conhecimento, tensionando as possibilidades e impossibilidades da experiência, bem como a dicotomia sujeito-objeto. Voltar-se aos sentidos, olhar para os objetos até o ponto em que pudessem falar, analisar as capacidades miméticas e as afinidades secretas entre as coisas que nos circundam, enfrentar a vivência do choque, prestar atenção no que involuntariamente nos convoca a rememorar, procurar entender os diferentes estados de consciência e seus limiares, os sonhos, os despertares, enfim, inserir o corpo em questão no ato de conhecer constitui alguns de seus êxitos. Conforme comentou Theodor Adorno, ao retomar a centralidade da experiência procurando abordá-la desde outras perspectivas, Benjamin a tomou como utopia do conhecimento; adensando-se em experiência, o conhecimento poderia partilhar da esperança, mesmo que estilhaçada.
É interessante destacar da proposta metodológica de B
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