Hannah Arendt, um pensamento atual

Hannah Arendt, um pensamento atual
Santo Agostinho (1645-1650), de Philippe de Champaigne. A filosofia cristã baseada na obra do teólogo marcou a forma de pensar de Arendt (Acervo do Museu de Arte do condado de Los Angeles / LACMA)
  Hannah Arendt nasceu em Hannover, na Alemanha, em 14 de outubro de 1906, proveniente de uma família de judeus de classe média que eram membros do partido social­‑democrático. Na infância, já era reconhecidamente brilhante: aos três anos, mostrava­‑se capaz de falar corretamente acerca de qualquer assunto. Mas também já tinha a reputação, comprovada posteriormente, de rebelde e independente: expulsa da escola por ter liderado um boicote contra um professor que a teria insultado, preparou­‑se sozinha para o ingresso na faculdade. Em 1924, aprovada com distinção na Universidade de Berlim, estuda grego e latim, assim como teologia. Decidida a buscar tudo que fosse importante no âmbito dos estudos da filosofia na época, parte para a Universidade de Marburg, onde conhece o filósofo Martin Heidegger, com quem, além de ter aulas, viveu um romance que a marcaria pela vida toda. Esse romance foi duramente criticado em razão das posições próximas do nazismo de Heidegger e da pretensa falta de condenação dessa postura por parte de Arendt. Na verdade, ela não deixou de criticá­‑lo em cartas a amigos, conforme registra a sua extensa correspondência, mas visitou­‑o no pós­‑guerra diversas vezes, além de defender e difundir seu pensamento nos Estados Unidos. Com ele, Hannah Arendt aprende o que passaria a ser seu método principal: o “pensar apaixonado”, isto é, a possibilidade de uma síntese entre o pensar e o estar vivo. Pensar não é pensar sobre alguma coisa, mas pensar alguma coisa. Não existiria neste pensar oposição

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