Filosofia colonial, entre os textos ocultos e a literatura

Filosofia colonial, entre os textos ocultos e a literatura
Padre Antônio Vieira, expoente do pensamento cético-pessimista do período colonial (Foto: Arquivo Nacional da Torre do Tombo)
  O tema deste artigo, mais ou menos negligenciado no passado, tornou-se recentemente objeto de discussão. Há em geral duas hipóteses entre nós a respeito da filosofia brasileira do período colonial (1500-1808). De acordo com a primeira, ela existiu, mas foi pouco significativa para merecer um estudo detalhado. De acordo com a segunda, ela nem sequer existiu, não constituindo objeto merecedor de preocupação. Os partidários da primeira hipótese adotaram posições variadas. Antonio Paim, por exemplo, admitiu que os textos filosóficos acadêmicos da época estavam desaparecidos e sugeriu que a lacuna poderia ser compensada pelo estudo do ambiente espiritual da época. Washington Vita, seguindo Paim, buscou compreender esse ambiente pela análise da visão de mundo predominante nos escritos da época, que ele chamou de saber de salvação. Luiz Alberto Cerqueira, apesar da falta de textos acadêmicos que comprovassem tal fato, afirmou que o período em questão foi dominado inicialmente pela perspectiva do aristotelismo português. Os partidários da segunda hipótese preferiram deixar de lado o período colonial e concentrar suas pesquisas na filosofia brasileira do século 19. Eles também adotaram posições variadas, entre as quais podemos destacar duas: João Cruz Costa começou seu estudo da filosofia brasileira com o frei Francisco do Monte Alverne, fazendo um simples apanhado da época anterior, sob o título de “vicissitudes da formação colonial”. Ivan Domingues demonstrou, com base em argumentos linguísticos, econômicos, históricos e

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