Privado: Explorações do ser

Privado: Explorações do ser
por Anke Finger O design, no pensamento de Vilém Flusser, é algo puramente existencial: “tudo depende do design”. De que modo vivemos no dia-a-dia? De que maneira percebemos que precisamos usar ferramentas? Como nos expressamos através da língua e para além dela? De que modo interagimos com os outros? Como enfrentamos as grandes questões da existência? De que maneira enxergamos a história, o presente e o futuro? Essas perguntas, segundo Flusser, têm relação direta com o design (des-signo) e a criatividade. Os dois termos, design e criatividade (desenhar/projetar e Einbildungskraft) formam o núcleo de sua filosofia, atravessando boa parte de sua obra por um percurso que durará cerca de quarenta anos. Se tomarmos a palavra alemã para design, entwerfen, encontraremos nela velocidade e espacialidade em união com criatividade: uma expansão, distribuição e descentralização que caminha lado a lado com a noção flusseriana de ser. Dada a sua propensão a combinar arte e ciência, reunindo design, projetos/projeções e criatividade, poderíamos resumir sua crença, sua filosofia de vida, como sendo mais ou menos isto: eu desenho e projeto (a mim mesmo, meus objetos e meu mundo) em colaboração com os outros, o que faz de mim, portanto, uma parcela co-criativa do meu ser-no-mundo. Parece complicado. De acordo com Flusser, é essa a nova forma dialógica de liberdade em rede. Ela é, de fato, complicada. Gostaria de lidar aqui com dois ensaios de Flusser, “Uma nova imaginação” e “Sobre a palavra design”, publicados no Brasil pela Cosac Naify, no

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