Raduan Nassar: O Brasil não escapa da convulsão social

Raduan Nassar: O Brasil não escapa da convulsão social
Raduan Nassar em seu apartamento em Pinheiros (Foto Juan Esteves)
  Quem quer encontrar Raduan Nassar tem de ir até Pindorama. Não a cidade natal do escritor, no interior de São Paulo, mas o edifício que traz esse nome na fachada, no bairro da Vila Madalena. O prédio foi construído por familiares de Raduan e assim batizado em homenagem ao município. Foi ali, num espaço que não é demasiado amplo, tampouco acanhado – um típico apartamento de classe média paulistana – que o autor de Lavoura arcaica nos recebeu. A concordância de Raduan com esse encontro foi, por si só, motivo de surpresa. Desde que declarou ter abandonado a literatura, em 1984, para alternar seu cotidiano entre a casa de São Paulo e sua fazenda Lagoa do Sino, em Buri (SP), ele recusou convites para participar de eventos literários (como a Feira do Livro de Frankfurt de 2013, que teve o Brasil como país homenageado), honrarias (como as que lhe foram oferecidas pelo Ministério da Cultura dos governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, de quem é próximo) e, sobretudo, entrevistas. Não é uma recusa radical. Nesses mais de trinta anos de abstinência, Raduan concedeu uma longa entrevista aos Cadernos de Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles (que em 1996 dedicou a ele a segunda edição dessa publicação monográfica) e esteve em alguns poucos encontros públicos, como a Balada Literária de 2012, quando, a convite do escritor Marcelino Freire, participou de uma mesa com Luiz Fernando Carvalho, diretor que em 2001 adaptou Lavoura arcaica para o cinema. Mais recentemente, Raduan aceitou o Prêmio Camões, atribuído anualmen

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