Essas mulheres: Kenarik Boujikian

Essas mulheres: Kenarik Boujikian
A juíza Kenarik Boujikian: "É importante registrar que, de cada três mulheres presas, duas são negras, e cerca de 80% das mulheres presas têm filhos" (Foto S&S)
  Kenarik Boujikian nasceu no ano de 1959 em Kessab, uma aldeia armênia localizada na Síria. Neta de sobreviventes do genocídio armênio de 1915, Kenarik e a família mudaram-se para o Brasil em 1962. Em 1984, ela se formou em Direito pela PUC de São Paulo. Durante a faculdade, foi voluntária na Penitenciária do Estado de SP e se aproximou da realidade das cadeias superlotadas brasileiras. Concluído o curso, fez uma especialização em Direitos Humanos. Ingressou na magistratura em 1988, apenas quatro anos após se formar, e foi juíza nas cidades paulistas de Piracicaba, São Bernardo do Campo, Cajamar e Pilar do Sul, até retornar para São Paulo, onde atua, desde 2011, como desembargadora do Tribunal de Justiça. Em 2015, Kenarik passou a incomodar seus colegas do Judiciário ao liberar dez presos que já haviam cumprido suas penas. Desde a medida, a desembargadora aguarda o resultado de uma representação contra ela. O caso corre em sigilo. “Não posso falar sobre.” Dentre as bandeiras levantadas por Kenarik que têm incomodado seus colegas da Justiça está seu posicionamento contrário ao regime de progressão de pena. Prevista na Lei de crimes hediondos, a progressão tem sido permitida porque muitos magistrados partem do pressuposto de que maior tempo de encarceramento é a solução para diminuir os índices de criminalidade. “Não existe um elemento que permite afirmar que aprisionar por mais tempo, ou agravar essa pena, trará incidência positiva para o sistema de segurança. Creio que foi uma resposta falsa dada para sociedade, e os

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