Em depoimento inédito, Antonio Candido relembra o início de sua trajetória intelectual

Em depoimento inédito, Antonio Candido relembra o início de sua trajetória intelectual
Antonio Candido durante a Flip em 2011 (Foto: André Gomes de Melo/Reprodução/Minc)

 

 

O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP publicou nesta segunda (12), exatamente um mês após a morte do intelectual e crpitico literário, um depoimento inédito de Antonio Candido gravado em 2014. Nele, o crítico carioca relembra sua vivência universitária na antiga Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da USP, atual FFLCH, que foi fundada na rua Maria Antônia em 1934.

Localizada na Consolação, a rua que foi palco da famosa ‘Batalha da Maria Antônia’ de 1968, conflito entre estudantes da USP e do Mackenzie, é o principal eixo do depoimento de Antonio Candido. O autor de Formação da literatura brasileira (1975) desdobra, no vídeo, suas memórias quando começou a frequentar a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Maria Antônia, aos 31 anos, como auxiliar de sociologia.

Ele fala sobre a fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, sobre a relação entre os alunos e professores, sobre os pontos de encontro dos estudantes e intelectuais e, também, sobre o clima de repressão em que viviam imersos estudantes e professores em 1968. Também toca em pontos como a reestruturação universitária, iniciada na Maria Antônia, a revolução promovida pelos jovens estudantes, influenciados pelo clima francês de maio de 1968, e o contato que tinham com professores estrangeiros vindos ao Brasil para ajudar a consolidar a Universidade: Lévi-Strauss, Roger Bastide, Jean Gagé e Fernand Braudel.

Ao cabo de suas lembranças, Antonio Candido reflete que sua experiência na FFCL foi um “sinal de uma era completamente nova”. As movimentações estudantis, as greves, posições firmes e combativas dos estudantes e a liberdade sexual são alguns elementos que o intelectual viu despontarem na Maria Antônia como representantes de uma nova sociedade. O momento em que sua geração, formada majoritariamente por professores estrangeiros, chegava à sua plena realização intelectual. Assista ao depoimento na íntegra:

 

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