Copi, esse desconhecido transgressor

Copi, esse desconhecido transgressor
Personalidade trans e ator travesti, Copi propunha um teatro sem rótulos, inclassificável (Foto: Jorge Damonte, Editor Christian Bourgois/Reprodução)
  É sempre impossível esgotar em breve apresentação um sujeito tão múltiplo que assinava apenas Copi. Sob esse pseudônimo está Raúl Damonte Botana, nascido em Buenos Aires, em 1939. Era desenhista de comics, dramaturgo, escritor de ficção, ator... O apelido lhe foi dado pela avó materna, Salvadora Medina Onrubia, que tinha hábito de assim proceder para evitar que fossem enfeitiçados. Copi muda para Paris nos anos 1960 onde irá se estabelecer até morrer em decorrência da Aids em 14 de dezembro de 1987 – por “excesso de vanguardismo”, ironizava, foi uma das primeiras vítimas do HIV. Seu pai, Raúl Taborda, jornalista e artista plástico, rompe com a ditadura peronista e a família tem que fugir para o exílio. Seu avô materno, o uruguaio Natalio Botana, fundou em Buenos Aires o jornal Crítica, que fazia oposição ao governo de Hipólito Yrigoyen; e sua avó materna, Salvadora Onrubia – de quem ganhou o apelido – era anarquista, feminista, dramaturga, mãe solteira ao casar e notória pelos casos extraconjugais com mulheres. O ambiente libertário familiar reflete-se na criação de Copi, cuja vida foi de contestação ao status quo. Homossexual, personalidade trans e ator travesti: propunha um teatro sem rótulos, inclassificável. Segundo José Tcherkaski, “este é o teatro de Copi: sem condicionamentos, porque ele era impossível de enquadrar”. O início de sua atividade foi através de desenhos. Em pouco tempo, estava publicando-os no Le Nouvel Observateur, no qual criou seu mais famoso personagem de tirinhas: “a mulher sentada

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