Benneditto seja o samba!
Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro em 1971 (Foto: Arquivo Nacional/ Fundo Correio da Manhã)
O samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta, todo mundo bole
Quando se canta, todo mundo bole
Eu nasci com o samba, no samba me criei
Do danado do samba nunca me separei
Eu nasci com o samba, no samba me criei
Do danado do samba nunca me separei.
Dorival Caymmi, “Samba da minha terra”
Diz o ditado que no Brasil “quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”.
Pois é! Eu tive que aceitar essa sentença, por achar que não tinha nascido e nem me criado no samba: virei cantora eclética, acreditando que vim ao mundo pra cantar bumba, reggae, baião, salsa, blues, jazz, chá-chá-chá. Só samba que não.
Mas não é verdade. Eu canto samba sim, e não é de hoje, é desde sempre. Descobri que o samba está em tudo quanto é canto deste país, e afirmo isso porque vi passar diante de meus olhos, ainda jovem, nos Carnavais maranhenses, a casinha da roça com seu tambor de crioula dançando dentro dela, os blocos tradicionais com seus tambores ecoando o som de trovões em avenidas, becos e ruas da minha amada cidade, São Luís do Maranhão. Isso sem falar nos transes dos terecôs, nas casas de tambor de mina e encantaria.
E o que isso tem a ver com o samba? Tudo, porque em todas essas manifestações, e em outras espalhadas pela vastidão deste país, pulsa a célula do samba ou semba, herança quimbundo de nossa mãe África.
Cantamos e dançamos samba de muitos jeitos e trejeitos!
Se você for à ilha do Massangano, em Petrolina, Pernambuco, vai dar de cara com o samba de veio, tocado no
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