Lacan e a sofística grega
Barbara Cassin em seu escritório, em Paris, 2017 (Foto Frédérique Plas / CNRS Divulgação)
A entrevista a seguir foi feita no dia 8 de novembro de 2017, numa manhã fria de outono, na casa da filósofa francesa, na Rue Mouffetard, em Paris. Foi nosso último encontro no período de um ano em que estive sob sua supervisão, fazendo um pós-doutorado na França. Conheço pessoalmente Barbara Cassin desde 1990, quando eu era ainda um aluno de graduação em filosofia e ela veio ao Brasil dar um curso de uma semana na Uerj e lançar Ensaios sofísticos.
A relação de Barbara Cassin com o Brasil é antiga e longa – foram inúmeras vindas para lançar outros livros e dar outros cursos. Pesquisadora do Centro Nacional da Pesquisa Científica (CNRS) francês, ela nunca foi propriamente uma professora e só veio a orientar algumas poucas teses de doutorado e pesquisas de pós-doutorado tardiamente, através de convênios entre o CNRS e algumas instituições universitárias francesas como o Centro Leon Robin, na Sorbonne e, atualmente, no Labex TransferS, que reúne, além do CNRS, a École Normale Supérieure e o Collège de France.
Traduzi para o português uma versão do seu primeiro livro, Se Parmênides (Autêntica, 2015), e fiz a revisão da tradução de Jacques, o sofista, que acaba de ser publicado pela mesma editora. Por ocasião dos encontros que tivemos para tentar resolver os problemas quase insolúveis de tradução de determinadas passagens, surgiu a ideia da entrevista. Nela, Barbara Cassin narra não apenas seu encontro com Lacan, na década de 1970, mas também seus encontros com Heidegger e René Char, em Le Thor, no final dos anos 19
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