‘Arquitetura tem responsabilidade ética’, diz Marcelo Ferraz

‘Arquitetura tem responsabilidade ética’, diz Marcelo Ferraz
O arquiteto Marcelo Ferraz (Divulgação)

A primeira mesa do 4º Congresso Internacional CULT de Jornalismo Cultural, composta por Silvana Rubino, professora da pós-graduação em História da Unicamp, e pelo arquiteto Marcelo Ferraz, prestou homenagem à arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi.

Para Ferraz, que trabalhou em diversos projetos com a arquiteta, Lina foi importante durante um processo político de afirmação da cultura brasileira. Segundo o arquiteto, ela buscava dialogar com os elementos da cultura popular sem cair no engano de apenas reproduzi-los. “É preciso cuidado ao analisá-la, para não resvalar na superficialidade de encará-la como uma seguidora de modismos”, advertiu.

Marcelo também chamou a atenção para o papel social do arquiteto. “O profissional carrega uma grande responsabilidade ética, porque a arquitetura pode influir positivamente ou muito negativamente na vida das pessoas”, disse ele, que deu como exemplo de “desastre arquitetônico” a Praça Roosevelt, no centro de São Paulo.

Por sua vez, Silvana Rubino acredita que Bo Bardi tenha sido a mais perfeita definição da arquiteta moderna, por ter ela não só ter atuado no campo da arquitetura, mas também no design e na academia. “Como dizia Walter Gropious, fundador da Escola de Bauhaus, da criação de uma colher à construção de uma cidade, tudo é tarefa do arquiteto”, afirmou.

Rubino também criticou o uso da palavra “revitalização” nos projetos de reforma no centro da cidade. “Lina nunca usou esta palavra horrível, que parte do pressuposto de que o centro está morto. Não é preciso levar gente para o centro, elas já estão lá”, declarou.

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