A herança foucaultiana de Agamben

A herança foucaultiana de Agamben
Giorgio Agamben teria tomado dois campos de investigação que Foucault deixou de lado: o direito e a teologia (Reprodução)
  Numa entrevista concedida em 2004, Giorgio Agamben diz: “Meu método é arqueológico e paradigmático num sentido muito próximo ao de Foucault, mas não completamente coincidente com ele”. Tal não coincidência é difícil de definir, até mesmo para o próprio Agamben. Em Signatura rerum – sobre o método, livro publicado recentemente (março de 2008) e no qual, às noções de paradigma e de arqueologia, vem se juntar uma teoria das signature, Agamben afirma que sua reflexão, nesta obra, se apresenta com uma indagação sobre o método de Michel Foucault, “de quem o autor, nos últimos anos, teve ocasião de aprender muito”. Mas não podendo (ou não querendo) decidir-se quanto ao que, nessa reflexão, é seu ou de Foucault, Agamben convida o leitor a fazer ele próprio o discernimento entre o que deve ser referido a Foucault, o que deve ser posto na conta do autor (Agamben) e o que vale para ambos. É preciso lembrar que, em sua leitura de Foucault, Agamben parte de um princípio que ele deve a Walter Benjamin: o de que a doutrina de um autor só pode ser exposta legitimamente na forma de uma interpretação. Trata-se, portanto, em Agamben, não podemos esquecer, de uma interpretação de Foucault como única possibilidade da exposição legítima de sua doutrina, de um Foucault lido (interpretado) por Agamben. O que os une, metodologicamente, talvez seja a ideia, como acredita Agamben, de que a arqueologia “é a única via de acesso ao presente”. Partindo dessa ideia, Agamben teria tomado os dois campos de investigação que Foucault deixo

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