A dinâmica dos meios de comunicação
(Foto Yann Latronche/ Gama Rapho/ Getty Images)
Infelizmente o sociólogo Pierre Bourdieu legou poucos estudos e reflexões sobre os meios de comunicação. Apesar de uma produção abrangente que discute desde problemas relativos à estrutura do ensino (A reprodução), passando por complicadas questões sobre o gosto, a arte (A distinção, As regras da arte), e até mesmo tratando questões ligadas ao mercado imobiliário (As estruturas sociais da economia), Bourdieu pesquisou muito pouco sobre a comunicação. Seu principal texto sobre o assunto foi publicado no Brasil, em livro, intitulado Sobre a televisão. Texto este muito aquém de seus outros trabalhos. Tanto no número de páginas, quanto no rigor de pesquisa e na profundidade do assunto. Coube então aos seus discípulos, engajados no campo da comunicação, usar as ferramentas oferecidas por ele para o estudo da mídia.
Partindo dos referenciais teóricos de Bourdieu, podemos afirmar que o gosto, determinante de nossas inclinações aos atos de consumo midiático, tem uma origem social. Assim como a própria produção desta. E, por essa razão, ambas devem ser objetos de investigação sociológica. Sociologia do consumo midiático. Sociologia de sua produção. Problemas intrínsecos para quem faz uso dessa maneira de ver o mundo.
Com base em A distinção (1975), de Bourdieu, podemos constatar que tanto a produção como o consumo de produtos ligados aos meios de comunicação de massa não apenas possui uma origem social. Ela também discrimina e hierarquiza seus agentes. Classifica socialmente. Diferencia o leitor da revista CULT da leit
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